“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1.14)
As palavras de João são conhecidas e sabemos seu sentido. Mas a mensagem é grande demais para nós. Não conseguimos saber de verdade o que ela anuncia. Jesus é a pessoa de quem o texto fala. O natal refere-se ao seu nascimento. Mas ficamos confusos e constrangidos com a declaração. Será? A ação de Deus na história, a Palavra que tudo criou e a tudo deu vida, entrou na história, virou gente e habitou entre nós. Isso não cabe em nossas mentes. Exige fé.
Para fugir da complicação dessa história uma boa saída foi Papai Noel. Ele é mais coerente. Guarda um pouco de mistério e magia, pois vem sabe-se lá de onde num treno puxado por renas que voam. E trás presentes para as crianças boazinhas – o que faz todo sentido! Sabemos que não é verdade, mas tem sido mais verdadeiro nas celebrações do natal do que Jesus. Para este, resta o confinamento silencioso do presépio. Assim, tudo fica do nosso tamanho. A fé pode esperar.
Mas nossa fuga não nos livra da verdade – Jesus nasceu! Anjos anunciaram, pastores ouviram, sábios do oriente o reverenciaram. Herodes e toda Jerusalém ficaram perturbados. E se entendermos bem a mensagem, também nos perturbaremos. Jesus nasceu, humilde e pobre, cheio de graça e de verdade. Ele tem o poder de mudar completamente nossa vida. Ele é tudo que podemos saber de Deus. Isso é o natal. Faça silêncio e sinta temor. Deus está por perto. Entregue-se. Renda-se. A fé no Filho de Deus não pode esperar. Sem isso, o que esperar do natal?