“Esqueceram o que ele tinha feito, as maravilhas que lhes havia mostrado.” (Salmos 78.11)
Ontem meditamos sobre lembrar-se do passado, sobre sua vocação de voltar a nós. Especialmente quando o futuro já não fizer promessas. No salmo seguinte o tema é o esquecimento. Deus havia mandado que os pais ensinassem aos seus filhos sobre o que Ele, Deus, havia feito. Para que conhecessem a Deus e não se esquecessem dele. Mas houve esquecimento e não lembrança. Esquecidos de Deus passaram a fazer o que não deviam aos olhos de Deus.
O salmista denuncia que, diante da dor, eles buscavam a Deus, mas apenas para superar a dor, e não para voltarem à fé. E Deus, sabendo o quanto eram frágeis, lembrava-se deles e manifestava misericórdia. Mas eles, cegos sobre a própria miudeza e vulnerabilidade, continuavam a se esquecer de Deus. Tendemos a agir da mesma maneira. Nossa espiritualidade tende a ser espasmódica: intensa na dor e desinteressada quando tudo vai bem. E Deus, sempre misericordioso.
A lembrança de Deus é uma proteção para nós. E o cristianismo é exatamente a fé no Deus Conosco, o Emanuel, Jesus Cristo. É a fé na Presença de Deus. E vivendo na Presença de Deus tendemos a ser pessoas de um tipo bem melhor. Um dos males da religiosidade é a separação que ela costuma promover entre Deus e a vida, reservando Sua Presença para o templo ou momentos litúrgicos. Lembre-se, Ele é Deus Conosco. Nossa alma foi criada para viver nessa Presença. Esquecida disso ela facilmente se desvia para sua própria dor e perda.