O fariseu e o republicano

“Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano.” (Lucas 18.10)

A parábola de Jesus, composta sob medida para aqueles que confiavam em sua própria justiça, orgulhosos do quanto eram corretos a seus próprios olhos e desprezavam os outros, tem dois personagens bem distintos: o fariseu e o publicano. O primeiro é símbolo do que um judeus deveria ser. Dedicado a observar a lei e as obrigações rituais. Para o nosso imaginário é como se Jesus colocasse em sua parábola aquela pessoa que você admira, que representa um exemplo de piedade e espiritualidade. O segundo personagem da parábola é o oposto, a antítese, o vilão. É o símbolo de alguém que não teríamos como amigo no Facebook. Os publicanos eram empregados do império romano e encarregados de cobrar impostos e taxas de seus compatriotas judeus. Eram vistos como traidores e corruptos. Chamar alguém de publicano chegava a ser um tipo de ofensa. Jesus monta um contraste: um santo e um pecador, e os coloca a caminho do templo.

O templo é bastante representativo e simbólico para o imaginário de seus ouvintes. Ele é o lugar onde Deus está. Na presença de Deus as métricas são outras, o gabarito que nos mede é outro. São outros os pesos e as medidas. Nós vemos a aparência, Deus vê o coração. Dois homens muito diferentes indo ao mesmos lugar. E lá, diante de Deus, se tornariam muito iguais. Tanto o fariseu quanto o publicano eram apenas seres humanos marcados pelo pecado. Sem mérito algum que pudessem apresentar a Deus e com eles requerer algo. Sabemos disso pelo Evangelho de Jesus. E é Jesus quem está contando a parábola. E para esclarecer isso aos seus ouvintes, a parábola revelará um coração orgulhoso e altivo do “homem bom”. Porque embora apenas um ser humano e pecador, não era assim que ele via a si mesmo. Tanto o fariseu quanto o publicano precisavam da graça e da misericórdia de Deus, que amorosamente concede Seu favor a todo que humildemente crê. O Evangelho de Jesus revela isso! Mas somente o publicano parece perceber que é assim que se entra no templo e se apresenta a Deus. E na parábola, é o  publicano quem traz nos lábios e no coração o que toca o coração de Deus.

Aqueles dois homens, o fariseu e o publicano, aos olhos de todos eram muito diferentes, mas são igualmente pecadores. O templo recebe os dois e por causa do coração de cada um, possibilita experiências bem distintas. Para o fariseu, a experiência de chegar e sair, cheio de si mesmo e vazio de Deus. Para o publicano, a experiência de chegar culpado e abatido, e sair perdoado e justificado. A parábola de Jesus não tem o objetivo de desprezar a virtude e louvar o pecado. Mas de condenar o orgulho e propor o coração humilde e quebrantado como o jeito certo de andar com Deus. Somos, na verdade, publicanos e pecadores, dentro de nós mesmos. Erramos e Acertamos. Que nosso publicano seja sempre quebrantado e arrependido. E que nosso fariseu, diante de coisas boas e certas que fizermos, possa ser cheio de amor e humildade.

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