*Pedro Ivo Rodrigues/Jadilson Moraes
Em entrevista ao Jornal O Sollo, o gerente regional Nordeste de atendimento e comunicação regional e institucional da Petrobras, Darcles Andrade de Oliveira, afirmou que, na Bahia, a empresa estatal investe no patrocínio do São João desde 2005, tendo investido R$23 milhões até 2010. De acordo com ele, o objetivo atual é o de sensibilizar os prefeitos e secretários, como os de Agricultura e Turismo, sobre a importância do resgate das tradições populares. “O que nós queremos é dizer que não somos contra as grandes festas, que são importantes para o município, gerando renda para a população. Entretanto acreditamos que devemos manter a tradição de festas como o São João, o São Pedro, Santo Antonio, etc. A fogueira, a quadrilha junina, o milho precisam ser mantidos. A Petrobras, como maior patrocinadora da cultura no país, não pode deixar que os seus investimentos não sejam voltados para o resgate da cultura e das tradições populares, coisas que remetem ao povo pobre, da roça”, explicou Darcles, salientando: “O que queremos ver nos municípios do interior é uma festa de família, onde as pessoas se reúnem em volta da fogueira, para comemorar, para celebrar o ano em que a colheita foi maior, em que os pequenos produtores dão graças a Deus pelo lucro que tiveram com as chuvas, que para alguns é o São Pedro que traz”, afirmou.
“Por isso é que estamos sensibilizando os prefeitos para que não dêem outras utilizações para essas verbas”, frisou o gerente da Petrobras.
Sobre a um suposto pedido de um promotor de Eunápolis para que a estatal não patrocinasse o Pedrão, disse que não há fundamento nenhum em tal informação. “Eu recebi um telefonema de uma pessoa se identificando como promotor desse município e que me fez essa solicitação. Eu disse que queria as informações por escrito e que mandaria a nossa procuradoria jurídica investigar, o que foi feito e nada de comprometedor foi encontrado, de forma que continuaremos patrocinando o Pedrão”, esclareceu.
Darcles destacou que o extremo sul é uma região muito rica em termos de terra fértil e grandes negócios, mas que precisa de maiores investimentos. “O governo precisa olhar um pouco mais para o extremo sul, trazendo mais investimentos, pólos industriais, empresas diversificadas. A região foi muito prejudicada pela centralização da sua economia na cultura do cacau, que sofreu uma grande queda. Hoje, a Veracel já é uma presença significativa, gerando emprego e renda, porém a região pode crescer mais”, finalizou.