“Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra. E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus.” (Jó 19.25-26)
O que pode sustentar nossa felicidade, quando tudo à nossa volta nos convidar ao lamento e tristeza? Antes de mais nada, devemos entender que entristecer-se é importante para a vida. A ideia cristã de vida abundante não é uma existência em alto astral todo o tempo, com sorriso no rosto o tempo todo. A tristeza, diz Eclesiastes, torna melhor o coração (Ec 7.3). Algumas vezes, como um arado, as dores abrem os necessários sulcos em nossa vida para que penetre mais da graça que nos faz pessoas novas e melhores. Portanto, sustentar a felicidade não significa necessariamente manter a alegria.
Sustentar a felicidade significa não perder o sentido da vida. Significa, apesar de qualquer coisa, ainda assim encontrar lugar para firmar o pé e manter a esperança. O verso de hoje nos vem dos lábios de Jó, cuja história de perda, dor e solidão causa perplexidade. Sua declaração é uma lição sobre felicidade para todos nós. Como Jó, que em profunda dor e sofrimento manifestou a certeza de que o final era Deus, também podemos permanecer crendo no nosso Redentor, naquele que nos redime, nos compra de volta para Si. Podemos manter a confiança de que no fim Ele sempre prevalece. Ainda que e apesar de, é dele a última palavra.
Foi essa mesma certeza que, ao longo da história, permitiu que homens e mulheres, pela fé, enfrentassem o pior e se saíssem muito bem. Eles, enquanto tinham um dos pés nas incertezas e tribulações daqui, simplesmente mantinham o outro na glória bendita da presença de Deus. É exercitando diariamente nossa fé no Deus Soberano, em meio a nossa rotina, que aprendemos as posturas que nos permitirão ter nossa felicidade sustentada nos momentos em que ela estiver ameaçada. A felicidade é a certeza, contra todas as evidências, de que Deus, o Senhor de tudo, está conosco. Ele sempre teve, tem e sempre terá a última palavra.