O Dia do Senhor

“Homens da Galileia, por que estão aí parados, olhando para o céu? Esse Jesus, que foi elevado do meio de vocês ao céu, voltará do mesmo modo como o viram subir!.” (Atos 1.11)

Costumava-se chamar o domingo de “dia do Senhor”. Aprendemos isso com nossos irmãos americanos. O dia em que a família toda ia à igreja. Lembro-me de alguns programas que haviam nas igrejas para incentivar esse compromisso. Havia um em que o pai ou a mãe trazia a chave de casa e a apresentava, simbolizando que todos da casa estavam na igreja. E isso logo no início, para demonstrar a pontualidade. Eu não perdia um domingo na igreja. Até porque meu pai era o pastor e eu morava ao lado. Mas tinha também a minha própria responsabilidade. Eu raramente chegava atrasado.

Nas Escrituras a volta de Cristo é também chamada do “o dia do Senhor”. Os profetas falavam do dia do Senhor referindo-se ao dia do julgamento de Deus sobre toda injustiça humana. Os cristãos no Novo Testamento adotaram a expressão para significar a volta de Jesus. Algo central em nossa fé. Algo misterioso que provoca nossa imaginação e já produziu uma variedade incrível de livros, filmes e revelações. Há quem até já tenha marcado o dia e hora desse acontecimento que Jesus mesmo disse que somente o Pai sabe a respeito.

Se pudéssemos escolher, creio que a maioria de nós escolheria o domingo como o dia da volta de Jesus. Escolheríamos que “o dia do Senhor” acontecesse no “dia do Senhor”. Afinal, nele a fé parece ficar mais viva, nos sentiríamos mais seguros. Imagine que já passou a pandemia e você está no templo, domingo pela manhã. A igreja reunida e todos cantando juntos o cântico ou hino de sua preferência. E de repente algo diferente de tudo que já se viu acontece. Luzes, sons, o próprio ar mudando de textura e odor. A volta de Cristo! Quem sabe não será hoje, mesmo com a pandemia? E se fosse? O que sente diante dessa possibilidade?

Bem, devo lhe advertir: hoje é domingo e não é porque temos neste dia os nossos cultos que seria um dia mais seguro para a vontade de Jesus. Um dia, mesmo que cheio de liturgias e atividades espiritais jamais poderia ser a razão de nossa paz ao pensarmos no cumprimento das palavras do anjo que lemos hoje. Podemos ficar em paz porque somos amados por Deus e pelo que Cristo fez por nós. E cremos nisso! Nossa fé é frágil e tantas vezes infantil, mas o que Cristo fez e a grandeza do amor de Deus compensam isso.

Por causa do que Cristo fez por nós e do grandioso amor de Deus, podemos viver em comunhão com Ele, todos os dias da semana e esperar em paz a sua volta. Uma comunhão que nos fortalece para superar o mal que nos habita. Uma comunhão que nos ensina a humildade e nos inspira o serviço. Sobretudo, uma comunhão que nos leva a entender que não há nada tão grandioso como o dever de amar.

Há pessoas que são mais santas no domingo. São mais gentis no templo. Falam de maneira mais dócil quando oram. Revelam-se mais cristãs quando se lembram de Deus. Mas nossa fé é para todos os dias, para todos os lugares, para todos os momentos e, em especial, para nossa relação com as pessoas. Nossas atitudes quando pensamos em Deus precisam ser confirmadas na vida, enquanto nos relacionamos com pessoas. É quando lidamos com pessoas que revelamos nossa verdadeira fé, e não quando praticamos nossa liturgia no domingo.

O domingo é um dia especial, sim é. Mas, tenhamos cuidado: nossos domingo serão julgados pelo modo com vivemos os demais dias da semana! E quando Jesus voltar, toda verdade estará estabelecida.

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