Sem nenhuma dúvida existe uma relação fortíssima entre a juventude e o futuro do País, na perspectiva do seu desenvolvimento e dos acenos democráticos com justiça social e cidadania, o que implica em educação acessível a todos – está conceituada como meio transformador e ferramenta insubstituível na superação da ignorância e construção do homem crítico.
O Brasil de 200 milhões e um pouco mais de habitantes ainda tem enorme caminho a percorrer na trilha da educação mais abrangente, em seus diversos níveis, observando-se ainda as necessidades imperiosas não-satisfeitas a fim de que a ignorância seja suplantada pelos estudos e que haja formação para a cidadania, para o trabalho e o viver com harmonia, em todos os setores da sociedade brasileira.
O Censo de 2013, do MEC/Inep, apresenta cerca de 7.305.977 alunos, quase 30% da população brasileira, na faixa etária de 18 a 24 anos, frequentando a educação superior em que do total, 15% encontram-se na idade teoricamente adequada para o ingresso na vida universitária.
São, conforme o Censo, 2.391 instituições de ensino superior no País com oferta de 32.049 cursos e 7.305.977 alunos matriculados, ao tempo que 991.010 concluíram a formação superior. Mesmo importantes, estes números não são suficientes para atender às demandas nacionais em vistas às necessidades formativas para suas necessidades representadas pelo seu desenvolvimento econômico, político e social que se antevê.
Ao se contemplar a evolução dos números históricos, constantes da pesquisa MEC/Inep, no período 1980-2013, constata-se o crescimento das matrículas revelando que, em 1980, havia um pouco mais de 1.000.000 alunos matriculados no ensino superior; 20 anos depois, em 2001, foram matriculados cerca de 3.000.000; e que, em 2012, passados pouco mais de 10 anos, o número de matrículas elevou-se acima de 7.000.000. Em 2013, foram matriculados 7.305.977 alunos, sendo 26% em instituições da rede pública e 74% em entidades particulares.
Na Bahia, conforme dados do IBGE, em 2010, apenas 43,6% dos jovens de 16 anos teriam concluído o ensino fundamental e que 36,9% dos jovens de 19 anos tinham terminado o ensino médio. Aqui se questiona – pelos números alarmantes de reprovação constatados – qual a situação de 56,4% dos jovens de 16 anos e de 72,1% dos jovens de 19 anos que não lograram a aprovação, respectivamente, nos ensinos fundamental e médio? Imagine-se, apenas, uma face da questão: quais os destinos daqueles 56,4% e 72,1% de jovens reprovados e, portanto, ausentes do processo continuado de ensino-aprendizagem fundamental e médio e impossibilitados de acesso ao ensino superior ?!
As novas gerações clamam por ensino de qualidade, desde o ciclo básico ao superior, e não se contentam com as ofertas atuais e com a exclusão representada pelos gigantescos percentuais de analfabetos funcionais ou não-concluintes que abandonam o ensino fundamental e médio por questões das mais variadas, pondo na vala comum da marginalidade educacional milhões de brasileiros, despreparados para o mercado de trabalho e para vida política e social.
O Brasil crescerá à medida em que a geração atual e as próximas compreendam o desafio de uma educação inclusivista – qualificada nos moldes democráticos e tecnológicos do mundo moderno, de formação crítica no viés de uma cidadania abrangente, posta a serviço de todos.
Ao educador, sempre alerta, cumpre atualizar-se para os desafios dos futuros – novos – tempos, verdadeiros embates que conjugarão princípios éticos, conteúdos programáticos substantivamente ricos e atualizados, como um esforço a mais na direção do amanhã das novas gerações.