“O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!” (Lucas 15.28-30)
A parábola dos dois filhos veio destacando a relação do filho mais novo com o pai. O mais velho ficou a parte, mas aparece no final e protagoniza com contraste com o amor e acolhimento do pai ao mais novo. O mais velho fica indagando. “É justo isso que está acontecendo?” Talvez essa fosse a sua questão… e a nossa! Que história é essa?! Que tipo de pai é esse?! Pode parecer que, em termos do que é justo, os filhos estejam mais corretos: o mais novo em aceitar perder o direito de filho e o mais velho em esperar sua recompensa e a punição do outro. É natural que pensemos assim, afinal, aqueles filhos somos nós. É natural estranharmos o pai, afinal ele é Deus.
Como esses filhos, vivemos mais pelas recompensas, pelas heranças, do que pelo amor. Se já temos o que queremos, para que serve Deus? E se ainda não temos, então Ele só será realmente Deus para nós se nos der, se corresponder às nossas expectativas. A verdade sobre nós e Deus é que jamais compreenderemos Seus critérios. E não é esse o ponto, mas sim, crer com toda nossa alma, mente e coração, que somos amados por Ele. Somos cegos demais para entender que precisamos justamente do que Ele nos dá: uma amor incondicional. Se Ele adotasse como padrão a justiça ao invés do amor, nenhum de nós escaparia.
Os dois filhos escolheram caminhos muito diferentes, mas ambos estavam distantes do pai. Assim é que, dentro de uma igreja ou fora dela, o mesmo acontece conosco se nosso coração está distante do coração de Deus. Somente Ele pode nos dar o coração adequado e o faz por meio de Cristo Jesus. Nessa parábola Jesus nos ensina que Deus escolheu nos amar e não nos retribuir, pois não teríamos nada a ganhar se o fizesse. Não se trata de ter direitos ou merecer, mas de ser amado. É perto dele, unidos uns aos outros e com Ele, que seremos transformados e aprenderemos a lidar corretamente com a vida. Aprendendo que nossa real necessidade não são as dádivas, mas o Doador!