O caminho da virtude

A virtude como caminho de aprimoramento do Homem e da Humanidade não é receita nova. Desde os tempos de Pitágoras, Sócrates e de seu discípulo Antísthenes, ela já se destacava como elemento sine qua non para o progresso do Homem. Como ser reconhecido sem as qualidades da benemerência e da caridade impregnadas não apenas na inteligência que avulta a sabedoria, mas na prática forjada do dia-a-dia? A virtude é o caminho do homem civilizado. É a fibra moral e interna do ser e não verniz superficial das aparências da matéria transitória. Desde os tempos imemoriais a luta é fazer com que o ser humano se desprenda dos resquícios da animalidade da matéria terrestre – não é por acaso a metáfora da cobra como perdição do paraíso – para alçar voos mais profícuos e fecundos na dimensão mental-espiritual, bem como na co-criação da própria vida. Somos livres em nossa vida, mas plenamente responsáveis pelas consequências de nossas decisões e ações. É a ação causando reação, pois é ilógico pensar em ação sem reação ou efeito sem causa. Do nada, nada se cria.

Assim, a prática de virtudes é maneira segura para uma vida feliz, uma vez que evitamos a colheita futura indesejada da dor por meio da não semeadura de espinhos. ‘Quem planta vento colhe tempestades’ – nos lembra o dito popular. E ainda, por meio da virtude também se procura realizar o máximo de bem que se possa fazer. É pela realização do bem e da caridade que depuramos o nosso trajeto, tornando-nos pessoas melhores.

A caridade é uma espécie de coringa das virtudes, pois engloba aspectos não apenas do cuidar do próximo, mas também de nós mesmos; de unir ao invés de desunir, de iluminar ao invés de esconder.

Sejamos mais caridosos com o nosso próximo. Olhemos com mais brandura suas imperfeições. Quem sabe elas não são apenas o reflexo de nossa alma?! Critiquemos com menos severidade os erros alheios e também os nossos. Sejamos mais humanos em nossa Humanidade, pois, apesar de tudo, a virtude não está em ‘soltar’ o advogado de acusação, mas de guardar o silêncio e a devoção, o pensamento positivo e a palavra animadora para que a alteridade, a comunicação e a cooperação se realizem em ensejo de comunhão. Como bem disse o mestre Nazareno: “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles” (Mateus 18, 20).

Paulo Hayashi Jr.
Doutorando em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

 

 

 

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