“Eu lhes asseguro que aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela
porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante.” (João 10.1)
O aprisco das ovelhas era um lugar fisicamente delimitado, muitas vezes por um muro ou cerca, que servia como proteção para o rebanho passar a noite. Obviamente que o pastor das ovelhas usava a porta, uma entrada visível e que, ao acessá-la, facilmente poderia ser visto por qualquer pessoa e pelo rebanho, acostumado a receber o pastor ou quem quisesse acessá-lo entrando por ali. Jesus está usando essa imagem para nos falar sobre realidades espirituais e mesmo morais. Em outro momento Jesus havia declarado que, “Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas” – (Jo 3.20). Neste sentido, podemos dizer que há duas formas de agir: “Entrando pela porta” ou “subindo por outro lugar”.
Todavia, acredito que o ensino principal de Jesus aqui esteja relacionado a questões espirituais. Há ladrões que agem contra nossa espiritualidade. Jesus é quem entra pela porta, é o Pastor. Todos os outros “pastores” são ladrões. Isso diz respeito à nossa relação com Deus. É por meio de Jesus que temos vida com Deus, a vida que nos “chega pela porta”. Nela não há subterfúgios, enganos, ciladas. Seu fundamento é o amor! Deus não nos guia por meio de tentações, ilusões ou pressões. Ela não gera escravidão, insegurança ou medo, mas liberdade, segurança e paz. Uma vida desafiadora, nem sempre fácil ou agradável, mas verdadeira. Vida que produz plenitude, exige escolhas, obediência e fé. Não nos oprime entre a ameaça (maldições) e a sedução (bênçãos). Mas convida-nos a aprender a amar a Deus sobre tudo e, apesar de circunstâncias, a alegrar-se nEle.
Na história do Éden temos um exemplo que ilustra o Pastor que entra pela porta e o ladrão que sobe por outra parte. Deus disse ao casal que deveriam respeitar certos limites, pois morreriam se não o fizessem. A serpente os iludiu fazendo parecer melhor a sua proposta que a orientação divina. O fim da história nós sabemos. Há uma multiplicidade de “pastores-ladrões” à nossa volta. Eles são criadores de deuses e criadores de caminhos. Suas propostas são estranhas ao Deus que nos ama e graciosamente nos dá Sua presença. Alguns são embaixadores da libertinagem, outros castradores de liberdades, mas seja como for, sempre nos faltará a vida que em Cristo é abundante. Jesus declarou: Eu sou o Bom Pastor. É nele e com Ele que encontraremos a vida que buscamos.
ucs