O afastamento do prefeito de Teixeira

A desembargadora Deisy, que pediu vistas do processo contra o prefeito Apparecido, em que esse já estava derrotado por 5 x0, não apresentou seu voto na sessão de quarta-feira, como previsto e nem nas outras subsequentes. Com isso, o STE voltou à ativa, o que significa que, assim que sair o voto da tal desembargadora, o processo sobe. Aí, o prefeito, mesmo impedido, entra imediatamente com um pedido de liminar, como da última vez. Se a liminar for concedida, o prefeito fica no cargo. Se não, ele está afastado.

Para os dois lados, as cólicas continuam.

ALELUIA!

Esse escriba se permite até ao desfrute de usar essa coisa horrenda que é um ponto de exclamação na manchetinha. Acontece que a justiça do Brasil, tão useira em privilegiar a injustiça, marcou um tento: O Superior Tribunal de Justiça (STJ) não aceitou colocar em liberdade Regivaldo Pereira Galvão, também conhecido por Taradão, condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato da doce freira Dorothy Stang. O desembargador Adilson Vieira Macabu, relator do caso, foi direto: “não há elementos que justifiquem a libertação do réu.” A missionária Dorothy Stang foi covardemente assassinada em fevereiro de 2005, em crime que chocou o Brasil e nos envergonhou aos olhos de outras nações.

30 anos para esses animais ainda é pouco.

A JUSTIÇA OU NÃO DA GREVE DA PM

O governo do Estado está acusando a Associação (ASPRAF) de ter comandado roubo de viaturas, invadido imóveis e outros ilícitos maiores em Salvador. Doze mandados de prisão foram expedidos contra dirigentes da greve, sob argumento de que foram praticados atos ilegais, muito além do direito de manifestação. Se as afirmativas do governo ficarem provadas, a greve caminhou por caminhos tortuosos e tangenciou profundamente a marginalidade. Se o governo não provar as acusações, a situação de um governo que se diz democrático e defensor dos trabalhadores se torna insustentável.

Aguardemos o fim da novela.

SALTA AOS OLHOS

O que fica claro é que o trabalho da PM é considerado essencial ao bem estar da população. Pela lei, essas atividades essenciais não podem sofrer paralisação total, devendo uma parte continuar a prestar serviços à população. Como a Associação afirmou que a adesão à greve foi total, configura-se aí que a lei não foi respeitada. Junte-se a isso à proximidade do carnaval e a sensação de insegurança da população e tivemos um quadro altamente coercitivo.

Quem sofreu com a greve foi a população.

LULA, WAGNER E A PM

Corria o ano de 2001 e o governador era César Borges, representante do carlismo na Bahia. A PM entrou em greve. Na época, Lula e Wagner defenderam o direito de greve dos policiais militares, acusando o governo baiano de intolerância. A situação da greve que se encerrou foi inversa e a Veja afirmou que tanto Lula quanto Wagner mudaram o discurso: o que valia para o seu tempo de oposição não vale quando são governo. Membros do governo afirmam que a afirmação é falaciosa. “O governador atual afirmou que não aceita greve de PMs armados e que deles não vai ficar refém.” A coisa é bem diferente de 2001, quando o movimento foi conduzido de forma pacífica. Outra coisa: qualquer cidadão tem direito de ser a favor ou contra a greve, desde que exponha seus argumentos com um mínimo de racionalidade.

É difícil, mas é o que se pede.

DÚVIDAS

Por qual saco de maldades o Legislativo Federal está segurando a votação da PEC 300, que cria um piso salarial nacional para os policiais militares?

Será a procura de sarna pra se coçar?

DE CULPAS E RESPONSABILIDADES

Dá-se que no caso da greve encerrada da PM, culpa é o que sobra para todos os lados. Os chefes do movimento erraram quando se armaram e invadiram um prédio do Estado, além da questão dos vandalismos praticados. O pior é que a direita raivosa, via Rede Globo, aproveitou esse equívoco e desmoralizou a greve que, enquanto movimento reivindicatório, é legítimo. Os Policiais Militares não podem persistir nesses salários ridículos e o movimento que fizeram é justo. O que não é justo é a desmoralização do movimento por causa do sectarismo de alguns aproveitadores. O PT sempre foi um partido de defesa do movimento sindical, inclusive das greves. Agora que é governo, não pode perder de vista essa verdade: a defesa dos trabalhadores. Wagner fez essa defesa, só não aceita transigir com o vandalismo de alguns. Esperemos que o governador seja coerente e denuncie o vandalismo de políticos (muitos aliados seus) que aumentam os próprios salários e não se pejam de corromper, sem que nada lhes aconteça. Também espera-se esse rigor por parte do judiciário, tão pronto para julgar a greve ilegal.

O povo vai cobrar.

LEITURA

Remexendo em velhos alfarrábios, desenterrei um bombardeado volume de “Entrevistas com Marília Gabriela”. Nesse livro, Gabi entrevista Ulysses Guimarães, Collor, Lula, Maluf, Orestes Quércia, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, todos em sua época. Vale a pena para saber do que falavam os políticos em tempos antigos e o que falam agora. O leitor chega a ficar assustado. Também deveria ser livro de cabeceira de todo repórter e entrevistador, para que se aprenda como fazer perguntas sem levantar a bola para o entrevistado ou constrangê-lo com tentativas de dirigir as respostas.

Marília é excelente jornalista e as entrevistas são ótimas.

TUINELIANDO COM HUMOR

“Quando uma menina vira mulher, os homens viram meninos.” (Anúncio da Valisère, empresa de lingerie)

 

“Atrás de todo homem bem sucedido existe uma mulher. E atrás desta, a mulher dele.” (Groucho Marx, comediante americano)

 

“O homem bem sucedido faz mais dinheiro que sua esposa pode gastar. A mulher bem sucedida é aquela que acha tal homem.”(Lana Turner, atriz americana)

 

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