Número de mortos em Alagoas e Pernambuco já chega a 57 pessoas

Onde havia ruas, casas e lojas, devastação. Milhares de pessoas saem de suas casas, deixando para trás um passado de fotografias, para encarar uma nova realidade: os abrigos amontoados de gente que perdeu tudo nas chuvas que caíram sobre os estados de Alagoas e Pernambuco nas duas últimas semanas. Nesta terça-feira, mais três mortes foram confirmadas em Alagoas.

Ao todo, já são 37 mortos no Estado, com 69 pessoas desaparecidas. Em Pernambuco, o número de mortes já chega a 20, e 80 mil pessoas estão fora de casa, mais de 26 mil delas em abrigos públicos. Em Alagoas, quatro municípios estão sem abastecimento de água. Ontem, Rômulo Paes, titular em exercício do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, liberou uma verba de R$ 4,3 milhões para ajudar as regiões atingidas.

Foi também aprovada a criação do Fundo Especial de Combate da Situação de Emergência e Calamidade, que vai oferecer aos afetados pelas chuvas auxílio-reconstrução de R$ 360 e auxílio-moradia de R$ 150. Segundo informações do Climatempo, a previsão meteorológica para os próximos dias é de “chuva a qualquer hora, com intensidade moderada nas áreas de Alagoas e Pernambuco”.

Sem saída – Em Palmares (PE), município no qual a água da enchente chegou a atingir seis metros de altura, a professora Nikilauda Lira Pessoa contabiliza os estragos que a chuva fez na vida dela. “Não temos água e os mantimentos já estão acabando. Os mercados foram inundados. Não tem mais onde comprar nada, agora só temos as doações”.

A professora, que em breve ia começar a lecionar numa escola da zona rural de Palmares, conta que não sabe mais se terá o emprego. “Meu marido também perdeu o dele, já que o escritório de contabilidade no qual trabalhava foi inundado. O patrão dele perdeu tudo”, diz. Para ela, entretanto, a prioridade é pensar em sobrevivência. “Agora, todo mundo se preocupa é com água potável, energia elétrica e alimentação. Temos de limpar a cidade, ver o que ainda dá para recuperar e ajudar quem foi atingido”, diz ela.

Nikilauda conta que, no dia em que a chuva deu trégua, os moradores de Palmares foram para a parte baixa da cidade ver o que havia restado. Um carro de som espalhou a notícia falsa de que a barragem do Prata tinha sido rompida. “Aqui, dizem que, se isso acontecer, a cidade acaba. Teve corre-corre e atropelamentos. Minha sogra viu um homem bater a cabeça num poste até morrer”, conta.

 

Fonte: Mariana Paiva e Agências / A Tarde On Line

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui