As bibliotecas das novas escolas estaduais entregues pelo Governo da Bahia estão se transformando em referência nacional. O padrão adotado na rede foi apresentado, recentemente, em audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados Federais, em Brasília. O encontro reuniu representantes do Conselho Federal e dos conselhos estaduais de Biblioteconomia, com o tema “As bibliotecas escolares que queremos”. A reunião teve como objetivo discutir medidas que garantam a criação e instalação de bibliotecas em todas as escolas públicas e privadas do país, como determina a Lei nº 12.244/2010.
A biblioteca do Centro Estadual de Educação, Inovação e Formação da Bahia Mãe Stella (Ceeinfor), unidade de ensino inaugurada em outubro deste ano, pelo governo do Estado, em Salvador, foi um dos destaques apresentados na atividade, por Gislene Rodrigues, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia do Rio Grande do Sul. A biblioteca do Ceeinfor, assim como as das demais escolas que estão sendo inauguradas, segue um mesmo padrão, com um acervo formado por uma média de 4 a 5 mil livros.
O ambiente é climatizado, tem iluminação natural e artificial; disponibiliza computadores com acesso à internet; mesas com cadeiras confortáveis; expositores com periódicos e revistas em quadrinho; tapetes; puffs; prateleiras de duplas faces; guarda-volumes; e um painel com a linha do tempo da Literatura Brasileira. No acervo, os estudantes encontram clássicos de autores como Machado de Assis; títulos de autores baianos, como o livro “Torto arado”, de Itamar Vieira Junior; e clássicos da literatura estrangeira, como “Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra”, de Mia Couto; além de quadrinhos; livros de apoio pedagógico para os professores e estudantes; e coleções com obras dos principais educadores brasileiros e estrangeiros, como Paulo Freire, Anísio Teixeira, Jean-jacues Rousseau, Jean Piaget e outros.
Os estudantes encontram, ainda, romances; livros de poesia, suspense e ficção; obras de referência, como dicionários, atlas, enciclopédias; e obras que contemplam a pluralidade territorial e local, a exemplo da Literatura de Cordel. A estudante Bianca Guimarães, 15, que cursa o 1º ano no Ceeinfor, ficou encantada com a biblioteca. “O que mais me chamou a atenção foi uma seção exclusiva de livros sobre a cultura africana, com obras sobre os orixás, que valorizam as tradições do povo negro e nos traz muita representatividade. A bibliotecária também nos incentiva a ler, nos dá dicas de livros e eu me sinto muito bem no espaço de leitura e pesquisa”, disse, entusiasmada.
Segundo a coordenadora do Livro e da Biblioteca da Secretaria da Educação do Estado (SEC), Alessandra Santana, a biblioteca escolar é um equipamento educativo imprescindível para o processo de ensino e aprendizagem, tanto para os professores, quanto para os estudantes. “É um espaço de pesquisa e apoio ao desenvolvimento das competências e habilidades intelectuais dos seus usuários, fomenta a leitura, a criatividade e a imaginação dos estudantes através das suas variadas fontes e recursos de informação, que vão do impresso ao virtual. O espaço tem o bibliotecário como mediador de toda ação, em parceria com professores e coordenadores pedagógicos”.