Nova Onda

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O alívio que estávamos sentindo com a diminuição dos casos da covid, era uma felicidade, estava fazendo a vida ter mais bem-estar. Mas faço uma comparação com os europeus que, em 40 anos, enfrentaram as duas guerras mais sangrentas da história da humanidade. Europeus que conheceram esse sofrimento jamais serão perdulários. Eles são austeros, porque sabem que, se os tempos de abundância não forem bem administrados, pode haver tempos de fome. E eles são disciplinados, porque sabem que só com autocontrole e com sacrifícios é possível sair ileso de uma grande dificuldade.

Essa resiliência nós não temos, nós brasileiros. Porque nossos problemas não são agudos como uma guerra, como agora na Ucrânia também. São problemas estruturais, que nos afligem lentamente, a longo prazo. Assim, nossa cota de abnegação é menor do que a desses povos trágicos. Chega uma hora em que nós simplesmente desistimos e nos entregamos aos desígnios da sorte. “Seja o que Deus quiser”, proclamam as pessoas quando vão cometer alguma temeridade e, com isso, tiram a responsabilidade delas próprias e jogam-na para os Céus: Deus é que decidirá por elas. É o que estamos fazendo agora, ao lidar com a interminável pandemia de coronavírus. Muitos simplesmente desistiram de tomar a terceira e quarta dose e esperam que Deus ou o destino, ou a sorte façam isso por elas.

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