Vírus em aparelhos móveis ou computadores é uma das coisas que todos querem se proteger. Apesar disso, um notebook infectado com seis dos malwares e ransomwares mais perigosos já desenvolvidos pelo ser humano foi leiloado no final de julho pelo valor de US$ 1,3 milhão, aproximadamente R$4,2 milhões. O aparelho era um Samsung Blue Netbook 2008 com Windows XP SP3 e consistia em uma obra de arte batizada de The Persistence of Chaos (a Persistência do Caos, em tradução livre). A peça foi concebida pelo artista chinês Guo O. Dong.
De acordo com o artista, a obra pode ser classificada como “uma espécie de bestiário – um catálogo de ameaças históricas”, servindo como uma crítica à cultura digital que consome a rotina das pessoas na atualidade. Além disso, o trabalho do artista também parece refletir sobre os perigos que cercam o meio virtual, que cada vez mais levam usuários a se protegerem, tomando certos cuidados ao realizar transações bancárias, comprar itens ou ao apostar em sites esportivos, por exemplo. Além dos usuários, as próprias empresas também investem na segurança de seus dados e dos seus clientes. Os sites de jogos buscam cada vez mais que seus apostadores possam jogar em cassinos online sem correr riscos, enquanto os bancos tentam oferecer apps seguros contra invasões. Ambos optam pela criptografia, além de outros mecanismos contra invasões.
Guo explica, ainda, que um dos seus objetivos ao criar a obra foi demonstrar que as ameaças abstratas do mundo virtual podem se tornar ameaças físicas.
“Temos essa fantasia de que as coisas que acontecem nos computadores não podem realmente nos afetar, mas isso é um absurdo”, conta. “Os vírus armados que afetam redes de energia ou a infraestrutura pública podem causar danos diretos”.
Os softwares instalados foram selecionados com base nos danos econômicos que causaram. Segundo estimativas, juntos, os malwares e ransomwares presentes no aparelho acarretaram um prejuízo de US$ 95 bilhões (ou R$ 382 bilhões).
Segue, abaixo, a descrição dos malwares e ransomwares que, segundo o artista, encontram-se no notebook.
WannaCry
O WannaCry é um ransomware que infectou mais de 300 mil máquinas em cerca de 150 países. Continua, até hoje, a causar danos em computadores desatualizados. O ransomware é utilizado para sequestrar a máquina ao criptografar arquivos; após isso, é exigido um resgate que deve ser pago por meio de criptomoedas para que os documentos sejam liberados.
BlackEnergy:
O BlackEnergy é um malware responsável por conduzir ataques DDoS, espionagem virtual e ataques de destruição de informações. Em dezembro de 2015, foi responsável por um blackout em larga-escala na Ucrânia; em 2017, um segundo apagão causado pelo vírus foi registrado.
MyDoom
O MyDoom é backdoor russo. Surgiu em 2004 e foi utilizado como um caminho para diferentes tipos de golpes. Tornou-se o worm de mais rápida infecção através de e-mail.
SoBig
O SoBig é um worm de 2003 que circulou por meio de e-mails, infectando e causando danos nos softwares e hardwares de computadores. Este malware conseguia copiar arquivos do e-mail infectado e de terceiros e causou um dano de cerca de US$ 37 bilhões.
Dark Tequila
O Dark Tequila um malware sofisticado e evasivo que atacou alvos na América Latina, roubando credenciais bancárias e dados corporativos, resultando em milhões em danos financeiros. O México foi o país mais afetado pelo vírus.
ILOVEYOU
O ILOVEYOU é um worm antigo distribuído por e-mail e atacou 500 mil dispositivos em 2000. Ao todo, foram mais de US$ 15 bilhões em danos; US$ 5,5 bilhões apenas na primeira semana. O vírus foi elaborado por um universitário filipino chamado Onel de Guzman, que tinha feito o script malicioso para um trabalho da faculdade que fora rejeitado. O estudante liberou o vírus na rede um dia antes de sua formatura.