“Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.” (Mateus 6.11)
Qual o ensino de Jesus por trás desse pedido, “dá-nos hoje o nosso pão de cada dia”? Para muitos de nós ele não parece um pedido tão necessário. Normalmente agradecemos pelo pão que já temos. Não esperamos que Ele nos dê, nós mesmos o conquistamos com o suor de nosso rosto. Apenas agradecermos por ter e por isso mesmo não agimos como quem crê que o recebeu como uma dádiva de Deus. Não entendemos, de fato, o significado dessa parte da oração. Somos autossuficientes demais para entende-la. Sua simplicidade e singeleza parecem não se encaixar em nosso mundo de cartões de créditos e vales refeição. De fast foods, restaurantes e supermercados. Como compreender seu valor, em pleno século 21, sendo parte da população economicamente ativa e estando, provavelmente, com a dispensa abastecida, morando a menos de 5 minutos da padaria e podendo comprar bem mais que apenas pão para o nosso dia?
Por que Jesus não ensinou algo como: “permita-nos conquistar hoje o nosso pão de cada dia”? Combinaria mais conosco, não? Mas, em lugar disso, ensinou a pedir: “dá-nos”, como de fato um filho deve fazer diante do Deus a quem chama de Pai. Estamos diante do Deus que nos ama e não simplesmente do Deus que tem poder. Jesus quer que aprendamos mais sobre o que o Pai quer nos dar e sobre Seu prazer em nos dar. E não sobre o Deus que pode nos capacitar a adquirir. Ele está nos ensinando sobre como ver a vida a partir da relação com o nosso Pai que está nos céus. Se os apóstolos precisavam aprender sobre o pão de cada dia, nós dependemos desse aprendizado para vivermos como verdadeiros cristãos. Para entender que é dele que vem nosso sustento e provisão. Dele, cujo nome queremos que seja santificado e cuja vontade queremos que se realize.
O pedido é pelo pão de “hoje”, reforçando o ensino de Jesus sobre a importância de nos ocuparmos do presente, pois “basta a cada dia o seu mal” (Mt 6.34). Um aprendizado que tanto temos dificuldade em assimilar, o que nos leva a ansiedade e preocupações. Um pedido pelo “pão”, algo tão básico. Na época de Jesus era um elemento central do alimento diário, como é para nós brasileiros o feijão com arroz. Eles são o nosso básico e devemos reconhece-los como uma benção concedida por Deus. A oração nos ensinar a fazer de cada refeição um culto de gratidão, e a jamais nos esquecermos de quem, de fato, nos sustenta e dá vida. Em 2016, desejo-lhe uma lembrança constante: é de Deus, o Pai, que vem o seu sustento diário. Que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo seja com você.