Nossas boas obras

“Tenham o cuidado de não praticar suas ‘obras de justiça’ diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial.” (Mateus 6.1)

Quando pensamos em espiritualidade, pensamos em coisas elevadas, pensamos em valores e princípios como bondade, ética, honestidade, humildade… E é o que realmente deve caracterizar nossa espiritualidade! Ela é a verdade sobre nós e essa verdade deve revelar algo que receba aprovação de Deus. Mas nossa espiritualidade pode ser escrava de vícios! E mesmo fazendo algo bom, praticando uma boa ação, podemos torna-la sem valor, dependendo das intenções que nos movem. E assim, depois de tanto fazer, nada termos feito aos olhos de Deus. Por isso Jesus ensina sobre alguns cuidados que devemos ter com nossas intenções, com o que motiva nossas ações, com nossa espiritualidade. Nossas boas obras, que poderiam ter grande valor, podem não ter qualquer valor aos olhos de Deus se nossa espiritualidade for, na verdade, carnalidade.

Na sociedade que formamos as atitudes que produzem resultados tendem a ser totalmente reprovadas por Deus. De olho em vantagens, fingimos amizades; classificamos e separamos as pessoas e preferimos as importantes, as belas, as que tem poder. Às demais toleramos de alguma forma que nos pareça digna. Afinal, não somos tão maus assim! Até conversamos com elas “como se fossem como nós”. Formamos uma sociedade em que até o bem pode ser feito por más intenções. Um lamentável paradoxo! É a isso que Jesus está combatendo. Ele não nos quer demonstrando uma espiritualidade que seja apenas uma forma disfarçada de carnalidade. Ele usa como exemplo o que via diariamente entre os religiosos judeus: esmolas, ofertas, orações e jejuns sendo feitos apenas como forma de se obter prestígio religioso. Eles queriam impressionar. Normalmente quem quer impressionar pessoas, decepciona Deus.

Estamos sujeitos ao mesmo pecado. Por isso Jesus pede para termos cuidado. “Evitem dar publicidade à sua bondade. Não anunciem o bem que fazem, não façam da virtude um vício. Deem esmolas com a mão direita e não deixem a esquerda saber.” Jesus sabe que o ego humano é irremediavelmente viciado em querer ser deus. Ele não perde uma boa oportunidade de receber louvor ou conquistar poder! O orgulho, a presunção e a vaidade colocam em risco até mesmo as marcas da humildade – podemos nos mostrar humildes por puro orgulho! Precisamos negar espaço ao ego e aprender a amar, servindo a Deus e às pessoas por amor, e não por interesse. Aí nossa espiritualidade não se revelará carnalidade. Não há virtude em servir a nós mesmos enquanto dizemos servir o próximo. Que tenhamos cuidado e busquemos a Deus para que nos livre desse pecado.

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