“Está escrito: Cri, por isso falei. Com esse mesmo espírito de fé nós também cremos e, por isso, falamos, porque sabemos que aquele que ressuscitou ao Senhor Jesus dentre os mortos, também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará com vocês.” (2 Coríntios 4.13-14)
O que estava escrito comunicou a Paulo que os que creram falaram. Falaram testemunhando o que haviam crido. Ele se declara na fila dos que assim fazem. Ele também creu e falou, escreveu e agiu. A fé deve nos movimentar. Isso é mais importante na fé do que mover montanhas. O que o apóstolo revelou sobre sua fé com as coisas que fez e falou? Revelou sua compreensão de que morrer para si, dizer não a si mesmo para seguir na direção de Cristo, era indispensável. Ele entendeu que a dádiva da vida eterna em Cristo, da vida plena como o próprio Mestre disse, foi dada. Disponibilizada amorosa e graciosamente. O apóstolo entendeu que era preciso enfrentar a si mesmo para beneficiar-se mais dessa dádiva. Dizer “não” a si mesmo. E o fez. Isso fica claro no que ele fala.
Suas palavras também revelam que ele compreendeu a conexão natural entre a sua vida e a dos demais. Ninguém vive só para si ou morre só para si apenas. Nossas vidas estão inexoravelmente interligadas e o apóstolo entendeu isso. Por isso ele afirmou que, ao morrer para si mesmo e viver mais para Deus, seus irmãos e irmãos acabavam sendo abençoados. A morte nele, gerava vida nos outros. E, claro, em si mesmo também. Nossa vida produz consequências. Pais e filhos; esposo e esposa; lideres e liderados; mesmo desconhecidos podem ser prejudicados ou beneficiados por nossa vida. Nossos pecados, por mais privados que sejam, atingem outros. Assim como nossa santidade, devoção e amor a Deus. E o que Paulo diz nos versos de hoje também revelam algo: ele se sentia seguro para viver e morrer. Tudo acabaria bem.
Pense em você agora. O que suas palavras, atitudes e posturas tem revelando sobre sua fé? Quem crê, fala. Mas, ao falar, declara no que verdadeiramente crê. Devemos considerar o sentido do que dizemos crer, avaliando pelo modo como agimos e pelo que andamos falando. Devemos nos esforçar para que aquilo que cremos sobre Deus oriente o que falamos e fazemos às pessoas. Nosso Deus tem sido paciente, amoroso e gracioso conosco. Ele não nos retribui conforme merecemos, mas é misericordioso. Quantas vezes já recebemos perdão e segundas chances? É esse o Deus que revelamos enquanto falamos e agimos? Devemos ter cuidado: nossas falas podem negar nossa fé e desfigurar Deus aos olhos de outros. Que o Deus que revelamos seja tão belo quanto o Deus que se revela a nós por meio de Cristo.