Nós e Deus

“A voz lhe falou segunda vez: ‘Não chame impuro ao que Deus purificou’. Isso aconteceu três vezes, e em seguida o lençol foi recolhido ao céu.” (Atos 10.15-16)

O quanto estamos certos sobre o que pensamos e o quanto podemos nos enganar? Em nossa caminhada de fé precisamos de certezas e firmeza diante da vida e seus dilemas. Embora muitos não concordem ou acreditem, há sim o correto e o errado, o adequado e o inadequado, o natural e o desvirtuado. A pluralidade do atual momento da humanidade, que praticamente elimina o conceito de verdade e com isso atinge também o que se conceberia como certo ou errado, não representa nem mesmo o que poderíamos considerar de bom senso e, creio distante está de representar a vontade de Deus. Há injustiça por todo lado. Há gente se destruindo e destruindo a outros. Há muitas pessoas lutando pelo que querem e depois lamentando o que obtiveram. Desde que nos tornarmos nosso próprio referencial, isso só tem se agravado. Deus nos deu capacidades para sermos responsáveis e não lançar sobre Ele a responsabilidade de tudo que envolve nossas vidas. Mas somos também frágeis, e precisamos a direção de Deus.

A experiência de Pedro nos coloca diante do tema do que pensamos sobre as cosias e do que Deus pensa. Em Isaías Deus declara que Seus pensamentos e os nossos são diferentes (Is 55.8). Para pensarmos próximos a Ele precisamos ser acessíveis (comunhão) e influenciáveis (submissão). E isso somente acontece se buscamos a Deus em oração. Pedro trazia conceitos arraigados em si: acreditava que a dieta da lei o tornava agradável a Deus e que os gentios não tinham lugar no Reino que Cristo, a menos que se tornassem como os judeus! Estes dois conceitos ficam claros como parte de suas perspectivas. Mas na experiência de Atos 10 os dois começariam a ruir. “Não chame impuro ao que Deus purificou”. Muitas vezes nos relacionamos com Deus como se Ele fosse do tamanho de nossa cabeça. Não é claro isso, mas nem sempre pensamos em Deus como um ser completamente livre! Pensamos que a Bíblia nos dá as chaves, os critérios e os limites para Deus. É certo que Deus se revela, mas isso não nos torna capazes de prevê-lo e esclarece todos os Seus critérios.

Como Pedro, muitas vezes, temos organizando-nos em religiões que, em nome de Deus pretendem julgar e classificar pessoas, além de fazer prevenções sobre os rumos da vida: “faça assim e tudo dará certo para você”! Chamamos nossa vontade de vontade de Deus; nossos planos de planos de Deus; nossa visão de visão de Deus. Somos atrevidos demais e tememos de menos. Isso é sintoma de falta de oração ou de oração equivocada. Orar é colocar-se diante de Deus e se ver envolvido por Sua presença. Nessas condições nos apequenamos e crescemos na consciência de que Deus é livre e que pouco entendemos de Seus planos e vontade. Percebemos que devemos ser cautelosos, humildes e dependentes. Que precisamos esperar em Deus e por Deus. Cresce em nós a atitude de quem teme e sabe que precisamos ser guiado para não se perder do Caminho. Só assim evitaremos chamar impuro ao que Deus purificou e nos veremos pensando próximos ao que Ele pensa. E tudo isso será uma dádiva e não uma conquista. Mas, para isso, precisamos orar!

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