No fim, gratidão e adoração

“Pois o Senhor é bom e o seu amor leal é eterno; a sua fidelidade permanece por todas as gerações.” (Salmos 100.5)

Talvez esta seja uma das afirmações mais presentes no saltério. As vezes ela aparece de forma direta, como encontramos neste salmo, em outras de forma indireta, como encontramos no Salmo 13, em que o assunto é um profundo lamento e desabafo do salmista, mas que termina reconhecendo inesperadamente a bondade de Deus: “Eu, porém, confio em teu amor; o meu coração exulta em tua salvação. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito.” (Sl 13.5-6). Podemos afirmar que toda jornada espiritual verdadeiramente cristã nos levará a este mesmo lugar: o reconhecimento da bondade e do amor de Deus. Mas por que há tanta gente decepcionada com Deus? Tanta gente que não termina o seu salmo como fez Davi no salmo 13?

Há algumas razões frequentes para isso. Uma delas é o fato de terem sido ensinadas de maneira errada a respeito de Deus. Ensinadas a esperar de Deus o que Ele jamais disse que faria. Outra é o fato de tornarem-se seguidoras de pessoas que, para elas, consciente ou inconscientemente, representam Deus. Creem que são especialmente ungidas e lhes dão direitos indevidos como líderes. Isso não tem como acabar bem e feridas são causadas. E depois de feridas ou abusada por estes líderes, muitos cobram a conta de Deus. Acrescentaria ainda a compreensão equivocada que muitos desenvolvem a respeito da fé, acreditando que trata-se de uma força mágica que faz a vida funcionar a seu gosto, um poder que podemos usar, inclusive para levar Deus a fazer o que desejamos que Ele faça. Mas todas essas razões tem um fundo comum: uma atitude egoísta diante da vida. Queremos as coisas do nosso jeito e acreditamos na promessa de que isso seja possível. E aí somos vítimas de exploradores, mas por causa de nossa perspectiva de vida.

A fé cristã não nos coloca em posição de obter de Deus a realização da nossa vontade. Ao contrário, ela é um chamado para que vivamos procurando nos submeter à Sua vontade. Muito mais que obter a graça de ser ouvidos por Ele, aponta para a bênção de poder ouvi-Lo e segui-Lo. A vida cristã não é ter um Deus que faz da vida o que desejamos, mas ter uma vida que represente o que Deus quer. A benção não é obter algo, é ser alguém. E Deus pode e usa todas as coisas para realizar em nós esse propósito, se nos submetermos e crermos. E na medida em que nos tornamos quem Ele deseja, cada vez mais iremos reconhecer o quanto Ele é bom e o quanto Seu amor leal é maravilhoso. E aí, embora possamos viver momentos de angústia e dúvida, jamais nos decepcionaremos com Deus. Apenas teremos mais e mais razões para agradecer e celebrar seu eterno amor!

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