No Enem, é bom ‘chutar’ a resposta? Veja método criado por especialistas

Pesquisadores da Meritt desenvolveram estratégia para fazer as provas.

Conheça os seis passos para garantir mais acertos e mais pontos no Enem.

Conhecido como uma “maratona acadêmica”, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece neste fim de semana, tem um total de dez horas de duração e cinco provas. São quatro horas e meia no sábado (24) e cinco horas e meia de prova no domingo (25). Apesar do tempo parecer extenso, as quatro provas objetivas somam 180 questões. Isso daria uma média de 3,3 minutos para resolver cada questão, mas na verdade o tempo é menor, porque há ainda a prova de redação e o preenchimento do cartão de respostas.

Pensando no desafio de otimizar a resposta das provas objetivas, a Meritt, uma startup dedicada ao desenvolvimento de tecnologias em dados educacionais, bolou um método para auxiliar os candidatos e candidatas a usarem melhor o tempo do Enem.

Segundo Alexandre de Oliveira, diretor pedagógico da startup, primeira dica é: “chutar” a resposta pode ser uma boa ideia, desde que seja coerente. “O chute é melhor que deixar em branco. Porém, o chute tem que ser de forma a reduzir o dano.” Ele diz também que é fundamental ter uma estratégia para as provas objetivas. “Além do tempo limitado, há a TRI [Teoria de Resposta ao Item], que irá avaliar o conjunto de acertos”, explicou o pesquisador à reportagem.

Teoria de Resposta ao Item

A TRI é a metodologia usada pelo Enem e é considerada por especialistas como a maneira mais adequada de avaliar um grande número de estudantes, pois dá menos margens a empates.

Pela TRI, o acerto de uma questão não rende ao candidato uma pontuação fixa. Seus pontos vão depender de outros fatores, entre eles o nível de dificuldade da questão, o número de acertos desse mesmo candidato nas outras questões da prova, e o desempenho dos demais candidatos naquela prova.

É por isso que, nas provas objetivas do Enem, nenhum candidato consegue tirar nem a nota 1.000, nem a nota zeroClique aqui para entender mais.

Dividir o tempo em seis partes

No Enem, é bom 'chutar' a resposta? Veja método criado por especialistas
Teoria de Resposta ao Item aponta quando aluno chuta e acerta questão (Foto: Reprodução/TV Globo)
O método desenvolvido pelos pesquisadores da Meritt tem como base justamente as notas dos estudantes nas quatros provas objetivas do Enem. Segundo Oliveira, a nota é atribuída de acordo com a “coerência pedagógica”, e o cruzamento de dados mostra, por exemplo, que na prova de ciências da natureza do Enem 2013, a nota dos candidatos que acertaram 16 das 45 questões variou entre 356.3 e 638.3.

Para garantir que você acerte o máximo das perguntas cuja resposta você sabe, e que sobre tempo para aumentar as chances de acerto nas perguntas que você entende mais ou menos, e enfim reste poucas questões para chutar, a estratégia envolve seis passos. Não exite um tempo fixo em cada um deles, mas os pesquisadores lembram que, em geral, são necessários cerca de 20 minutos para preencher o cartão de respostas,

Veja os detalhes sobre cada um deles:

1) QUESTÕES FÁCEIS

O primeiro a fazer no Enem, segundo a Metitt, é ler e responder toda a prova, dividindo as questões em três categorias: fáceis, médias e difíceis. Nas questões fáceis, em que você tem certeza da resposta, marque a alternativa correta e indique que está seguro.

As questões médias são aquelas em que você está em dúvida sobre duas ou três alternativas: neste caso, indique as alternativas que possam estar corretas e deixe um sinal ao lado da questão, indicando que ela é média.

Já as questões difíceis são aquelas em que você não tem ideia de qual alternativa é a correta. Neste caso, marque-a indicando que é difícil

2) QUESTÕES MÉDIAS

No segundo passo, volte ao início da prova e leia com cuidado as questões marcadas como de dificuldade média. Segundo os pesquisadores, esta é a hora de “usar a memória”, aproveitando o que você leu nas outras questões, para tentar lembrar dos conteúdos e aumentar sua chance de acertar essas perguntas. Se conseguir achar a resposta correta, marque-a. Se não, deixe o item para a próxima leitura.

Ao passar pela segunda vez nos itens marcados como difíceis, uma nova leitura pode fazer com que você elimine uma ou duas alternativas. Assim, você transforma uma questão difícil em uma questão média, e reduz o risco de errar um possível chute.

3) INTERVALO DE CINCO MINUTOS

Segundo os pesquisadores, essa é a hora de fazer um intervalo de cinco minutos. Depois de toda a leitura, relaxe, se espreguice, respire.

“Também é a hora de comer um chocolate

(está provado que glicose ajuda o raciocínio), comer uma barra de cereais, ir ao banheiro etc.”, de acordo com a estratégia desenhada pela startup. Antes de passar para o próximo passo, cheque o horário e calcule o tempo para a reta final da prova.

4) QUESTÕES QUE FALTAM

A recomendação é fazer uma terceira leitura das questões médias e difíceis que ainda não foram respondidas (com maior tempo dedicado às questões em que você já eliminou algumas alternativas). Essa é a última chance de tentar chegar a uma resposta sem precisar chutar.

5) CARTÃO DE RESPOSTA

Quando só as questões difíceis ainda estiverem sem resposta, tire mais um intervalo para relaxar durante cinco minutos e, então, aproveite parte do tempo restante para preencher o gabarito. Os pesquisadores lembram que esse passo leva mais ou menos 20 minutos e deve ser feito com cuidado e concentração, para evitar erros.

6) HORA DO CHUTE

Depois de garantir que as questões que você respondeu com segurança já estão corretamente no carta de resposta, use o tempo restante para escolher uma alternativa nas questões que faltam. “Caso seja um item médio, uma das duas ou três opções que você considera possíveis de serem a resposta, terá de ser marcada e a resposta transcrita para o gabarito. Caso seja um item difícil, escolha qualquer uma das opções e marque-a, transcrevendo a resposta para o Questõegabarito”, diz a Meritt.

Por fim, verifique se você preencheu todos os outros campos obrigatórios no seu cartão de resposta.

Ana Carolina Moreno/G1

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