“Havia um fariseu chamado Nicodemos, uma autoridade entre os judeus. Ele veio a Jesus, à noite, e disse: Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais miraculosos que estás fazendo, se Deus não estiver com ele” (João 3.1-2).
Jesus se encontrou com muitas e diferentes pessoas. Na grande maioria, deficientes físicos e pessoas moralmente questionáveis. Algumas aos padrões daquele tempo e outras de moral questionável ainda hoje. De todos com que se encontrou, os religiosos e, principalmente, os líderes religiosos, foram os que tinham mais dificuldades para compreender o que Ele dizia e ter alguma ideia de quem Ele realmente era. Nicodemos era uma autoridade entre os judeus. Uma pessoa a quem se fazia perguntas de quem se buscava respostas. Talvez por orgulho ou talvez por covardia, procurou Jesus à noite. Por certo, ele queria saber o que Jesus pensava, conhecer melhor seus ensinos. Mas, sempre revelamos o que sabemos e pensamos de alguma forma. E com Nicodemos não foi diferente.
Sua abordagem com Jesus revelou de imediato algumas de suas ideias sobre Deus. Sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais miraculosos que estás fazendo, se Deus não estiver com ele”. Assim é a teologia de Nicodemos. O poder é símbolo e sinal da presença de Deus. Esse é o caminho mais natural da teologia de todos nós. Mas nos passa despercebido que é também a teologia revelada pelo diabo! Ao tentar Jesus no deserto, o poder e o milagre eram o assunto: “se és o Filho de Deus, transforme pedras em pão ou jogue-se da torre do templo para ser amparado por anjos!” (Mt 4.3-7)
Esse foi o padrão dos líderes judeus até o fim, quando, na crucificação disseram a Jesus: “desça da cruz e creremos!” (Mt 27.41-42) Se você não mostra poder, não tem Deus!
Sempre estivemos enganados sobre Deus e é por isso que tanto nos enganamos sobre a vida! Se admitirmos isso e formos humildes, poderemos nos entregar ao amor e à graça revelados por Jesus. Essa é nossa chance de realmente conhecer a Deus e de nos enganar menos sobre Ele e sobre a vida! O poder de Deus pode ser falsificado aos nossos olhos, e tem sido desde sempre. Jesus disse que muitos dirão: “Em teu nome fizemos maravilhas!” Mas ouvirão: “Nunca os conheci” (Mt 7.22-23) o que ninguém pode imitar é o amor de Deus. Um amor sem medida e incondicional. Singelo e eterno. Não é no poder, no extraordinário ou no complicado que encontraremos Deus. É no amor, no cotidiano e no simples. Ele se deixa encontrar. Cansados e sobrecarregados são bem-vindos. O que ainda estamos esperando para descomplicar nossa vida com Deus? Não se trata de poder, mas de amor.