É muito difícil aceitar o monstruoso simplesmente como monstruoso e perceber que alguma coisa mais importante se afirma na percepção do monstruoso, o negro morto pelo policial branco que foi tomado por determinados impulsos, num ato desumano.
A morte do George Floyd, captada por vários celulares, é um espetáculo de terror, mas entre muitos que não atingiram o imaginário das massas, muitos anônimos morrem em condições medonhas, difíceis de acreditar, enquanto seus assassinos usam drogas diferentes dos policiais que observam a morte lenta do negro, não pela alienação e, sim, pelo racismo, pela visão estreita, isto também é uma alienação, isto também é uma droga na alma que Martin Luter King combateu e morreu.
Há coisas que são de todos: comer, dormir, fazer sexo. Há coisas que poucos fazem: lutar por um ideal, por isto as manifestações tão violências, que faça que tudo valha a pena e que dê uma real importância a dignidade humana.
Não é resignar-se, não é aceitar, todos temos limites pessoais de aceitação do mundo, e ele é como, é porque nós queremos que ele seja assim, mas só quando a revolta vem o mundo pode mudar, espero que para melhor.
*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe semanalmente no site www.osollo.com.br.