“Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.” (Gálatas 6.7)
Este é daqueles versos bons para usarmos contra os outros, concorda? Ele intimida! Dele e de alguns outros formulou-se a “lei da semeadura e da colheita” que ensina que, o bom e o ruim em nossa vida resultam do que semeamos. Dessa forma, quase que poderíamos pensar em controlar a vida por meio das “sementes”. Pais poderiam garantir que seus filhos se tornariam bons, por exemplo. Bastaria fazer a “semeadura” correta. Mas não é bem assim. É claro que na vida há espaço para “semear e colher”, mas a vida não é controlável de modo que possamos garantir a colheita pela semeadura. Nem na agricultura é assim!
O ensino de Paulo não é sobre uma lei que controla a vida, mas sobre nosso relacionamento com Deus. Ele está dizendo que não devemos brincar com Deus, abusando da relação uns com os outros. Note que o assunto do capítulo é o cuidado que devemos ter com o outro, sobre levar as cargas uns dos outros e ser generosos. Ele salienta que Deus sabe como estamos agindo em relação a isso e não há como enganá-lo. Não devemos abusar da bondade dos outros e nem ser insensíveis às necessidades dos outros. Deus nos julgará por isso.
Precisamos aprender definitivamente que nossa relação com Deus está intimamente relacionada com a nossa relação com nossos semelhantes. Afinal, o mandamento do amor é bidirecional: a Deus e ao próximo. Não posso ferir, negar ajuda, enganar, manipular, denegrir, atacar ou abusar de Deus. Mas posso fazer tudo isso contra você e, quando faço contra você, estou fazendo contra Deus. O modo como trato meu você é o modo como trato Deus, pois para Deus não existe o “eu-Ele” sem o “eu-você”. É neste sentido que Paulo está dizendo: não brinque com Deus. Que não brinquemos, pois há consequências!