Publicação de ex-secretário de Rui Costa faz tabuleiro da política baiana ferver

PT terá candidato próprio, diz Wagner

Publicação de ex-secretário de Rui Costa faz tabuleiro da política baiana ferver
Domingos Leonelli Netto exerceu o cargo de secretário estadual de Turismo da Bahia. Foto: Reprodução/Facebook

A chapa majoritária na disputa das eleições 2022 na Bahia, PT-PSD-PP, frente ao grupo de ACM Neto, “está implodindo”. É isso que diz o começo de uma publicação do ex-secretário de Turismo de Rui Costa, Domingo Leonelli, em uma rede social feita no último dia 1º de março.

O post ocorreu após Lídice da Mata compartilhar uma nota oficial do PSB, em 28 de fevereiro, questionando a forma como a chapa conduzia as decisões sem o trato com outros partidos e aliados.

O texto de Leonelli, que você pode ler na íntegra logo ao término desta matéria, é intitulado “CAVALO-DE-PAU EM TRANSATLÂNTICO”, uma forma que um líderes do PSB na Bahia usou para se referir ao desmanche na chapa que traria Jaques Wagner como candidato ao governo.

Uma semana depois, nesta segunda-feira, dia 07, enquanto já se esperava uma definição da próxima jogada da chapa, o senador Jaques Wagner disse que o PT terá um candidato próprio para o governo da Bahia.

Em entrevista a uma rádio soteropolitana, Wagner coloca que o governador Rui Costa seguirá com seu mandato e não tentará o Senado.

O tabuleiro volta a ficar confuso desde reunião no último sábado (05). Otto Alencar (PSD), que seria o possível candidato a governador, decidiu buscar novamente o Senado.

Wagner relatou ainda que ficou acertada a escolha do candidato pelo PT até quarta-feira. Entre os nomes cotados: o secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, o secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano, e a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho. E o PP que herdaria o término de mandato de Rui?

CAVALO-DE-PAU EM TRANSATLÂNTICO
Por Domingos Leonelli, em 01 de março de 2022

Por enquanto quem está ganhando com a implosão da chapa majoritária PT-PSD-PP que concorreria às próximas eleições na Bahia, é o jovem candidato da Arena-PDS- PFL- DEM-União Brasil, ACM Neto.

A parte que tocava à esquerda nessa chapa era a candidatura de Jaques Wagner ao Governo do Estado. O correto senador Oto Alencar seria candidato à reeleição. O PP continuaria como vice. Era um consenso aceito por todos os partidos que mesmo não participando da chapa majoritária ( PSB, PCdoB, Avante e outros ) sentiam-se nela representados .

Nessa operação o governador Rui Costa continuaria à frente do Governo do Estado e seria ministro no futuro governo de Lula.

Faria por Wagner o que Wagner fez por ele em 2014 .

E não seria apenas por gratidão, mas , sim por necessidade política dada a força da candidatura de ACM Neto.

Numa manobra da cúpula das cúpulas considerada pelo meu partido, o PSB, como desrespeitosa aos partidos que construíram a primeira vitória de Wagner em 2006, essa chapa foi desmontada num passe de mágica.

Rui sai do governo para se candidatar ao Senado , Wagner desiste e o senador Oto Alencar seria o candidato ao Governo.

As possíveis razões desse cavalo-de-pau num transatlântico são puramente petistas e não levaram em conta as outras forças progressistas da Bahia. Atribui-se a responsabilidade a Lula querendo trazer o PSD para sua aliança eleitoral já no primeiro turno. e ao desejo de Rui Costa de aproveitar os altos índices de aprovação governo para candidatar-se ao Senado. E a Wagner a compreensão de que sua eleição seria muito difícil se Rui abandonasse o governo em abril.

O que é que veio antes ou depois : a candidatura de Rui ao senado, a manobra de Lula junto ao PSD, usando a Bahia como moeda troca , ou a chateação de Wagner ?

Sinceramente não importa a ordem desses fatores. Permanece a indagação : a cúpula do PT tem o direito de tomar uma decisão dessa envergadura sem consultar nem as lideranças dos partidos aliados, nem a sociedade, nem os parlamentares e nem as bases do próprio PT ?

Um governador, um ex-governador e um ex-presidente são os donos do destino politico da Bahia ? E pela eventual volta da direita ao Governo do Estado ?

Ressalte-se aqui o bom senso e a dignidade do senador Oto Alencar que, pelo menos incialmente, resistiu a essa manobra que o levaria a uma candidatura para a qual não se preparou nem desejava. E embora tenha sido todos esses anos um firme aliado da esquerda no Senado, deve saber que ao disputar o governo, o primeiro argumento dos adversários será o de que a disputa se dará entre o velho “carlismo” representado por ele e o novo carlismo representado por ACM Neto.

E de quebra esse comportamento da cúpula do PT joga água no moinho dos que estão contra a formação da Federação que uniria as esquerdas ,exatamente com o argumento do hegemonismo do PT.

Eu uso o argumento contrário: se já estivéssemos organizados numa Federação a cúpula do PT teria muito mais dificuldade para tomar uma atitude tão desrespeitosa e autoritária.

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