O plantio de algodão de São Desidério – maior produtor da fibra no País –, localizado no oeste baiano, garantiu ao município, pelo segundo ano consecutivo, a liderança no ranking dos municípios brasileiros com maior valor da produção agrícola em 2015. A produção agrícola individual de São Desidério, somando o valor total das colheitas, incluídos grãos e outros produtos, chegou a R$ 2,8 bilhões no ano passado, o que representou um aumento de 23,2% em relação à colheita de 2014.
O algodão é responsável por 52,9% do valor produzido no município. Em seguida, vem a soja, com 39,6%, garantido a São Desidério a quarta posição na produção do grão no país. O dado faz parte da pesquisa anual Produção Agrícola Municipal – Culturas Temporárias e Permanentes elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que investiga 63 produtos da agricultura nacional, com dados para Brasil, grandes regiões, estados e municípios.
Esses números, que, junto com outros municípios baianos – como Formosa do Rio Preto, oitavo no ranking nacional, Barreiras (17º), Luís Eduardo Magalhães (20º), Correntina (26º) e Riachão das Neves (42º) –, colocam a região oeste da Bahia em destaque nacional são frutos de intensa ação do Estado na área, segundo o governador Rui Costa. Ele lembra que o oeste baiano, ao longo dos anos, vem expandindo sua fronteira agrícola e ocupando a liderança na produção nacional de grãos, seja com o aumento da área plantada, seja na modernização e no avanço tecnológico empregado nas lavouras.
“Essa evolução é fruto do forte investimento em modernização e tecnologia empregados, proporcionando aumento de produtividade, além da vocação agropecuária que a região também possui. O Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura, vai continuar trabalhando em parceria com o setor produtivo para que, não só São Desidério, mas toda a Bahia continue se destacando no agronegócio”, disse o governador.
ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO
Na avaliação de Rui Costa, um dos desafios para a continuidade da pujança agrícola da região é a logística de escoamento da produção. “Temos a expectativa de conclusão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e a construção do Porto Sul, que serão de fundamental importância para o desenvolvimento econômico do oeste da Bahia e de todo o Estado, dando à região vantagem competitiva, já que a logística encarece o valor da produção”, reconhece ele.
E a perspectiva para consolidar a FIOL está sendo costurada pelos governos estadual e federal. O modelo de negócio discutido pelo Estado junto aos investidores chineses e ao governo federal para a continuidade da construção da FIOL foi aprovado. A obra, agora, é uma das prioridades do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) lançado pelo governo federal.
Além de atender aos requisitos impostos pelo governo federal, o modelo foi discutido em março passado pelo governador Rui Costa, em uma missão à China, e aprovado também pela China Railway Engeneering Group n.10 (Crec 10). Em outubro será apresentada uma proposta de modelagem ao vice-presidente da Crec 10 durante visita do grupo de investidores à Bahia, seguida pela realização de licitação que viabilizará a retomada das obras da FIOL e do Porto Sul, que acontecerão em paralelo. A ferrovia terá extensão de 1.527 km, sendo 1.100 km na Bahia e capacidade para transportar 65 milhões de toneladas por ano.
INCENTIVOS
O governo baiano vem implementando uma série de instrumentos de política agrícola destinados a desenvolver o agronegócio no Estado, com ênfase principalmente na região do MATOPIBA – última fronteira agrícola em expansão do país, compreendida entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nessa região, estão os principais municípios produtores de grãos da Bahia, como São Desidério, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Formosa do Rio Preto, e outros.
Dentre esses instrumentos, vale destacar o Programa de Incentivo à Cultura do Algodão – Proalba, cuja prorrogação foi autorizada em julho passado pelo governador Rui Costa, com validade até o final de 2017; o Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão – Fundeagro; e o Programa para o Desenvolvimento da Agropecuária – Prodeagro.
O Proalba concede incentivo de até 50% do ICMS devido sobre a comercialização do algodão no mercado interno, desde que o produtor atenda aos requisitos tecnológicos, fitossanitários e de qualidade estabelecidos pelo programa. Deste incentivo, 10% são destinados ao Fundeagro, que promove a realização de pesquisas e difusão tecnológicas, ações de defesa fitossanitária e de marketing, com vistas à promoção da fibra baiana nos mercados nacional e internacional.
MATOPIBA
São Desidério faz parte da microrregião de Barreiras, e está inserido no território do MATOPIBA. Entre 1973 e 2011, a produção de grãos no MATOPIBA saltou de 2,5 milhões de toneladas para mais de 12,5 milhões. Dos 8,068 milhões de toneladas de grãos produzidos pela Bahia, na safra 2014/2015, estima-se que 90% foram oriundos dos municípios que compõem o território do MATOPIBA, ou seja, aproximadamente 7,261 milhões de toneladas.
Secom – Governo da Bahia