A cara e linda liberdade de viver sendo ameaçada pela visão escura de um regime talibã, pensei assim quando assisti pessoas, tentando fugir de Cabul, caindo de aviões na decolagem, mostrando o terror e a secura humana, e tudo o que há de radical e duro.
Tudo parece tão negro e tão frio um mundo sem forma e fechado. É um tipo de vida incompreendida no ocidente, esta parte do mundo árabe sempre foi uma espécie de caixa-preta, envolto num clima misterioso tendo um sentido cultural profundo com o slogan “não estamos aqui para ser felizes, senão para cumprir com o nosso dever “, nos ocidentais ficamos imóveis por não compreender esta cultura.
Seres humanos lutando contra seus defeitos de uma forma radical, este mundo é antigo tem tempo e história. Eles recusam a esta sociedade da tecnologia e do poder do dinheiro, no 11 de setembro de 2001 conhecemos um pouco da incômoda percepção destes radicais. Há um abismo intransponível entre nós e está visão de mundo do Talibã, onde mulheres não podem trabalhar, nem estudar. Os acusados de roubo e de assassinato enfrentavam punições terríveis e as mulheres que cometem adultérios são apedrejadas.
A justiça é aplicada em tribunais móveis nos quais adúlteros são presos ou mortos e alguns ladrões reincidentes enforcados em público. Pão, roupas e até mesmo telefones celulares precisam ser dados como presentes para os combatentes. O cotidiano agora para os trinta e oito milhões de afegãs será um calvário e não sei se o mundo ocidental já desgastado depois da retirada de tropas estenderá a mão a estes seres humanos agora massacrados mais uma vez pelo terror.
*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe semanalmente no site www.osollo.com.br.
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