Mulher é acusada de agressão e racismo religioso contra empresária judia em Porto Seguro

Mulher é acusada de agressão e racismo religioso contra empresária judia em Porto Seguro
Vídeo registrou momento em que mulher fez ataques a dona de loja na Bahia. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Na sexta-feira (2), a empresária Herta Breslauer, proprietária de um estabelecimento comercial em Arraial D’Ajuda, distrito de Porto Seguro, foi vítima de agressão e racismo religioso.

A acusada, Ana Maria Leiva Blanco, chilena, a chamou de “assassina de crianças” por ser judia. O caso teve repercussão nacional e foi repudiado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, nas redes sociais.

Em imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver o momento em que Blanco grita com Breslauer e é contida por outro homem que estava no local. “Sionista, assassina de crianças. Eu vou te pegar, maldita sionista”, disse Blanco, em referência ao sionismo, movimento político e ideológico que defende a autodeterminação do povo judeu e a criação de um Estado judeu na Terra de Israel.

Antes de ser retirada do estabelecimento comercial por outras pessoas, Blanco ainda derrubou diversos itens que estavam nas prateleiras.

Breslauer, dona da loja de produtos místicos, registrou boletim de ocorrência contra Blanco.

“Ela entrou na loja gritando e, por eu ser judia, me chamou de assassina de crianças. Olha só o que ela fez”, afirmou Breslauer em vídeo, após Blanco ser retirada do local. O caso é investigado pela Polícia Civil como racismo, ameaça, dano e lesão corporal.

Em depoimento, Breslauer afirmou que já conhecia Blanco. Contou que desde que começou a guerra entre Israel e o Hamas, Blanco tem postado mensagens contra Israel nas redes sociais e de apoio ao grupo extremista. Por isso, Breslauer teria bloqueado Blanco, que teria ido à loja para confrontá-la e agredi-la.

Em entrevista à imprensa, Blanco afirmou que o que aconteceu foi uma diferença “pessoal” e de cunho “político” e que não quis ofender o povo judeu.

“Me arrependo muito, por meus filhos. Isso aqui não tem nada a ver com intolerância religiosa, tem a ver com uma coisa política. Ela pensa de um jeito, eu penso do outro e ela quer que eu pense do jeito dela. Se alguma pessoa do povo judeu se sentiu ofendida com minhas palavras, eu peço desculpa também, mas isso aqui é um fato pessoal”, disse Blanco.

Em depoimento à polícia, Blanco confirmou que é apoiadora da causa palestina e que agrediu Breslauer após ter sido chamada de terrorista. Ela pontuou ainda que se arrependeu da ação.

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), através do juiz Armando Duarte Mesquita Junior, decretou medidas cautelares para Blanco. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) se manifestou a favor da decisão.

As medidas incluem: comparecimento bimestral à Justiça, em seis meses, para informar atividades; proibição de acesso à loja de Breslauer; proibição de manter contato com a vítima; proibição de deixar a cidade, sob pena de prisão preventiva.

A Confederação Israelita do Brasil e Sociedade Israelita da Bahia emitiram uma nota de repúdio e pediram que o caso seja investigado como crime de ódio.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui