“Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mateus 6.10)
Essa expressão presente na oração ensinada por Jesus, muito frequentemente, não causa o efeito em nós, que oramos, que deveria causar. Pensamos pouco em seu significado e em como deve influenciar nossa oração e nossas vidas. Damos mais atenção ao “pão nosso de cada dia” e ao “perdoa as nossas ofensas”. Eles nos interessam mais. Penamos no “venha o teu Reino; seja feita a tua vontade” mais como se fosse uma saudação, uma introdução. Apenas uma formalidade. Algo como “bom dia Deus, estou aqui para orar, obrigado por me ouvir. O Senhor é demais e eu reconheço isso”. E depois dessa parte começa a oração. Mas o Reino e a vontade de Deus são parte integrante da oração e determina como devemos orar. Sem esse ajuste de atitude e propósito, oraremos errado. Oraremos mal.
“Venha o teu Reino” significa dizer: “Deus, as coisas por aqui não são como deveriam ser! Tenho aprendido valores e maneira de viver, de me relacionar, de lidar com os outros e comigo mesmo, que não expressam o propósito do Senhor para nossa vida aqui. Eu preciso ser envolvido pelo teu Reino e preciso rever minha vida a partir dele.” Reino de Deus diz respeito a valores, princípios, prioridades, propósitos, diz respeito a limites e boas maneiras… uma ética que vem de Deus para nós. Ao ler isso alguns podem pensar em regras, julgamentos, nas proibições de Deus. Mas não se trata disso! O Reino de Deus, quando nos envolve, nos faz mais conscientes sobre nós mesmos e nos ajudar a discernir corretamente a vida, a existência. Não se trata de Lei mas de Graça! Venha o teu Reino leva-me a compromisso. Orar não é visitar a presença de Deus. É ter a oportunidade de viver em sua presença. Dizer “venha o teu Reino” e dizer “eu quero a tua presença não apenas as tuas bençãos”!
“Seja feita a tua vontade” significa dizer: “quero lhe obedecer Senhor e estou disposto a crer que as tuas decisões, ainda que eu não as entenda, serão sempre as decisões devidas; de modo que vou orar e pedir o que desejo, colocar diante do Senhor o que acredito ser justo e necessário, mas que prevaleça a tua vontade.” Há momentos em que é terrivelmente difícil orar com este tipo de atitude. Mas é como devemos orar. Pois não estamos orando a um gênio com poder para atender pedidos. Mas ao Pai Nosso que está nos céus, que tem propósitos para nós e sabe o que é melhor. Que deseja levar-nos a ser as pessoas que podemos ser para sermos felizes, fazer outros felizes e honrá-lo. Por isso lhe digo, essa primeira parte não é uma formalidade. Expressa a atitude necessária para orarmos corretamente. E, se orarmos como devemos, nos tornaremos as pessoas que devemos ser.