“Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.” (Mateus 6.11)
Nunca acordei pela manhã sob a angústia de não saber se teria algo para comer durante o dia. Portanto, nunca orei essa parte da oração estando em completo desamparo material. Sei que muitas pessoas passam por isso e talvez você já tenha passado. “Dá-nos hoje nosso pão de cada dia.” O que isso me ensina e a pessoas que, como eu, já tem na geladeira hoje o que vai comer amanhã? Tenho certeza de que Jesus não colocou esta parte na oração para que sirva apenas aos desamparados e muito menos como mera formalidade. O que deve significar o “Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia” para pessoas de classe média? Pessoas que mais lutam com o excesso do que com a falta? Tenho algumas ideias.
Não viver como auto suficientes mas como pessoas que reconhecem que o sustento vem de Deus. E isso não é fácil para quem tem muito! Devemos entender que, o que parece ser puro resultado de nosso trabalho e portanto, nossa propriedade exclusiva, não é de fato nosso, se pertencemos a Cristo. E, à vista disso, devemos “possuir” e desfrutar de modo diferente o que temos (1Co 10.31). O pão nessa oração é muito mais que apenas alimento, é tudo que nos alimenta e fortalece: nosso trabalho, nossos bens, a posição que ocupamos, a influência que temos, a saúde que temos… tudo, enfim. Devemos ver tudo como uma dádiva graciosa de Deus!
“Dá-nos hoje nosso pão de cada dia”… é como se a cada fim de dia devolvêssemos tudo ao Pai: “Obrigado Pai pelo trabalho, amigos, dinheiro, casa, pelo que comi e bebi, pelos novos amigos e negócios, por tudo. Nada é meu, tudo é teu. Estou devolvendo tudo a Ti.” E ao iniciar o novo dia pedíssemos para ter de volta: “Pai, dá-me de volta o que preciso para viver hoje: comida, trabalho, família, amigos, oportunidades, força, disposição… Tudo que terei hoje sei que vem de Ti. E vou fazer o melhor. Quero honrar o Teu nome em tudo.” Como aquela pequena frase ficou grande! E preciosa, indispensável à nossa vida como cristãos!