Mais duas pessoas foram presas na noite de sexta-feira (23). ‘Quando o rico corrompe ele também vai para a cadeia’, pontua juiz.
Mais duas pessoas foram presas na noite de sexta-feira (23) sob a suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Caribe. Um vereador do município de Nova Viçosa, município no extremo sul da Bahia, e seu filho foram alvos da Operação, que apura o pagamento de propina para a aprovação de um projeto que criaria um loteamento no distrito de Tabatã, pertencente ao município de Mucuri.
O presidente da Câmara Municipal, outros cinco vereadores e um empresário de Mucuri, tiveram mandados de prisões preventivas cumpridos na quinta-feira (22).
Além das nove pessoas que já foram presas, uma vereadora de Mucuri, que teria participado das denúncias contra o esquema, também está sendo investigada como participante do crime. “Segundo o Ministério Público, ela teria denunciado o esquema com a intenção de se isentar das acusações”, explica o juiz de Mucuri Leonardo Coelho.
O juiz informou que todas os suspeitos que tiveram mandados cumpridos permanecem presos, mas que podem ocorrer liberações por habeas corpus no decorrer dos próximos dias. “A prisão é necessária para garantir a prova e a ordem pública, temos que mostrar que quando o rico corrompe ele também vai para a cadeia”, pontua Leonardo.
Documentos, cofres, armas, inclusive de uso restrito, além de dinheiro foram apreendidos durante a Operaçao, que é conduzida pelo Ministério Público da Bahia com o apoio das polícias Militar e Civil.
No esquema, cada vereador teria recebido R$ 25 mil ou um lote e R$ 5 mil. “Durante as prisões, a população local se reuniu nas residências e deu início a um princípio de tumulto. Isso mostra a grande repercussão do caso na sociedade”, observa o promotor de Justiça Pablo Almeida, do Ministério Público da Bahia.
De acordo com o MP-BA, os empresários pagariam “vultosas quantias” e doariam bens aos vereadores, em troca de aprovação de projetos de leis de interesse do setor urbanístico, sem considerar questões de interesse público.
A investigação foi iniciada na segunda-feira (19), após denúncia realizada pelo vereador Manoel Cruz, que entregou ao Ministério Público a quantia recebida como prova do esquema. Na representação, o vereador protocolou um maço de R$ 5 mil em notas de R$ 100, a prova do recebimento do lote, além de gravações.
A operação foi executada por mais de 50 agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), pela Companhia de Ações Especiais em Mata Atlântica (Caema) e homens da Polícia Civil.
Fonte: G1