MST ocupa sede do Incra por tempo indeterminado

Cerca de 500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam, desde a tarde desta segunda-feira, 3, a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Eles pretendem permanecer no local por tempo indeterminado. De acordo com a assessoria do MST, uma pauta de reivindicações foi entregue ao superintendente do órgão, Luiz Gugé Fernandes e nesta terça-feira, 4, os trabalhadores irão se reunir com ele para uma rodada de negociações.

Antes de ocupar o Incra, o MST ocupou na manhã desta segunda a sede do Ministério da Fazenda na Bahia, o Núcleo Regional de Educação em Teixeira de Freitas (a 800 Km de Salvador), e três centros da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nos municípios de Itaberaba (a 266 Km de Salvador), Entre Rios (a 142 Km de Salvador) e Ribeira do Pombal (a 256 Km de Salvador).

A manifestação teve como objetivo protestar contra os cortes no orçamento da reforma agrária, o atual modelo de produção do agronegócio, o uso de agrotóxicos e outras reivindicações. Nas sedes da Conab pelo interior, cerca de 2 mil pessoas participaram das ocupações segundo o MST. O ato fez parte da 2ª Jornada Nacional de Lutas do MST, que mobiliza trabalhadores sem terra de todo o Brasil.

Em Salvador, o ato se encerrou por volta das 16h30, quando os trabalhadores saíram do bairro do Comércio, em Salvador – onde fica a sede do Ministério da Fazenda na Bahia – em direção ao Incra.

Para Evanildo Costa, da direção do MST na Bahia “os cortes prejudicam o desenvolvimento sócio econômico do país e o avanço da pauta da classe na perspectiva de construir uma sociedade realmente igualitária”, disse, em nota divulgada pelo MST. “O Congresso brasileiro, com bancadas conservadoras e reacionárias, está realizando um verdadeiro atentado aos direitos históricos conquistados pelos trabalhadores. Nosso objetivo é denunciar estas desigualdades e pautar a democratização da terra como uma luta de todos”, disse, também em nota, Elizabeth Rocha, da direção nacional do MST.

O MST também informou que está sendo construída uma agenda para encaminhar a pauta de reivindicações para secretarias estaduais envolvidas, como Educação, Desenvolvimento Rural e entre outras.

A reportagem tentou contato com a assessoria do Incra, mas não obteve êxito até a publicação desta matéria.

 

Thiago Conceição/A Tarde

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