A invasão da Ucrânia aconteceu pela expansão da Otan pelo Leste Europeu, a possibilidade de adesão da Ucrânia à aliança militar, a contestação ao direito da Ucrânia à soberania independente da Rússia e o desejo de Vladimir Putin de restabelecer a zona de influência da União Soviética.
Por outro lado, o governo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, argumenta que essa crise começou com a invasão russa da península da Crimeia. Tem um efeito surpreendente, os argumentos, como um holofote caloroso indicando o caminho para os motivos, deixando na escuridão os seres humanos, as vidas. Estes fatos pudessem ser verdadeiros e falsos ao mesmo tempo, porque, na vida real, a verdade, somente a verdade, nada além da verdade, não existe.
Não quero acreditar no que Putin diz e ignorar o que ele faz. Não quero enxergar apenas o que os motivos indicam. Pensei nos ucranianos morrendo, deixando seus lares e sabendo que sobreviver e viver não são a mesma coisa, que não existem paredes grossas nem cadeados fortes o bastante para proteger tanta dor e sofrimento. Dizem que o tempo cura tudo. É mentira. Quando algo realmente ruim acontece, o tempo simplesmente se parte em duas vertentes. Em uma delas, a vida segue, pelo menos sustentando os motivos desta guerra. Mas, na outra, aquele momento das mortes, dos sofrimentos das destruições é tudo o que existe, e fica se repetindo de novo, sem parar para sempre nos seres humanos esquecidos nas mesas de reuniões.