“Quando a multidão percebeu que nem Jesus nem os discípulos estavam ali, entrou nos barcos e foi para Cafarnaum em busca de Jesus. Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui? Jesus respondeu: “A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos.” (João 6.24-26)
Já ouviu falar no Círculo de Ouro? Trata-se de uma representação gráfica composta de três círculos, um dentro do outro, formando uma figura em que o círculo mais externo é menos determinante e o mais interno é mais determinante ou importante. No Círculo de Ouro o círculo mais externo diz respeito ao “o que” em nossas vidas: o que fazemos, o que nos ocupa, ao que nos dedicamos. Em seguida, e mais importante, vem o “como”: como fazemos, como agimos em cada situação, como tratamos as pessoas, como alcançamos nossos alvos. O “como” é muito importante para definir o valor do “o que”.
O círculo mais central é o do “porque”. Ele representa o motivo, a razão do “como” e do “o que”. Por que fazemos o que fazemos? Essa é a dimensão que, por fim, definirá o valor e a legitimidade do que fazemos. Motivos errados corrompem as ações certas! Jesus está aplicando o círculo de ouro na atitude da multidão, que sempre o estava buscando. Ele veio para manifestar a graça e o amor do Pai, veio buscar pecadores. Nada melhor do que ter os pecadores vindo a Ele! Mas o problema é que não vinham como pecadores, como pessoas necessitadas de perdão e vida. Vinham interessadas apenas em satisfazer as necessidades que julgavam mais importantes. Vinham a Jesus, não por quem Ele realmente era, mas apenas pelo que Ele poderia fazer para satisfaze-las. A motivação era o problema.
Sem a ajuda do Espírito Santo correremos o risco de ser guiados por motivos errados em nossa vida e em nossas atitudes para com Deus e com as pessoas. É muito importante consideramos um pouco mais os nossos “porquês” nesse mundo tão pragmático, mais interessado no que dá certo do que no que é certo. Deus jamais se deixará manipular e muito o desagradará se fizermos isso com nosso semelhante. Devemos fazer o que é certo, da forma certa, pelo motivo certo, dando dignidade a nossa própria vida, honrando a Deus e demonstrando respeito pelas pessoas. Quando falharmos, Ele nos perdoará. Será lamentável se nossas ações forem um esconderijo para nossas segundas intenções. Que Deus nos livre disso!