Ilhéus – O piso do local apresenta irregularidade, dificultando o acesso. Outro problema é a presença de usuários de drogas nos corredores da central.
“Os fregueses ficam com medo e a gente também, mas todo mundo sabe e vê.Muitos adolescentes que já têm passagem pela polícia e outros elementos vêmpara cá,usam drogas em plena luz do dia.
Aqui também há muitas garotas de programa que fazem ponto.Como o policiamento é precário, a gente não pode fazer nada”, relatou um feirante que preferiu não ser identificado.
Produtos De acordo com Orlando Cruz, representante dos comerciantes do local, a central conta com aproximadamente dois mil boxes e cerca de oito mil trabalhadores.
“Principalmente no final de semana, uma média de 15 mil pessoas vêm consumir nossos produtos. Em três pavilhões, são comercializados produtos agrícolas, carnes, confecções e até mesmo prestação de serviços, como pet shops.Cada feirante é responsável pela aquisição do seu produto. Trabalhamos com pequenos agricultores regionais e também de cidades como Jequié e Vitória da Conquista”, explicou Orlando.
Prefeitura alega não dispor de recursos para a reforma do local
Os feirantes afirmam pagar a prefeitura pela limpeza da central de abastecimento,que segundo eles não é feita. “Todo mês o pessoal da prefeitura recolhe R$ 10 de cada comerciante para a limpeza e a gente ainda paga vigia particular porque esse bairro é muito violento”, afirmou o feirante Alexandre Santos.
A Prefeitura de Ilhéus reconhece o problema. “Nós precisamos promover uma grande reforma na Central de Abastecimento do Malhado, porque é a principal central que abastece toda a cidade e por isso precisa de um cuidado maior, talvez até construir outra central para desafogar um pouco a do Malhado.
Nós temos o diagnóstico que confere com as denúncias apresentadas”, explicou Aucides Kruschewsky, secretário de Governo.
De acordo com o secretário, o município não tem recursos para promover reforma e manutenção da central. Aucides destaca ainda que o Estado se comprometeu em destinar cerca de R$ 500 mil para a reforma neste primeiro semestre.
O coordenador da Secretaria de Serviços Urbanos, Valdenor Bonfim, informou que não tinha conhecimento das denúncias sobre irregularidades na coleta. “Pode ter acontecido o carro do lixo ter quebrado e ficado um ou dois dias sem coleta”.
O médico Lucas Meira, cirurgião geral, ressaltou que os problemas de higienização podem causar sérios danos à saúde. “Os alimentos armazenados de maneira indevida e a presença de ratos e baratas podem trazer sérios danos, como a leptospirose, doença infecciosa, potencialmente grave; a hepatite A e parasitas intestinais”, explicou o médico.
A prefeitura se comprometeu em agilizar uma ação de limpeza para esta sexta.
Fonte: A Tarde