Sede administrativa do Mercosul com edifícios art déco e casas coloniais, as ruas são limpas e seguras, não há grades cercando as residências e existem murais que são muito charmosos, no centro, o espírito é totalmente “carpe diem”. O sol que se põe no mar se despede avisando que o dia seguinte será ainda melhor. E sempre é. Fui duas vezes, a primeira em excursão de ônibus saindo de São Paulo, e posteriormente de avião, lembro que o ônibus rodava entre campos amarelos, quase fosforescentes devido às flores de uma lavoura que não sei como se chama. As palmeiras haviam ficado para trás. Ao longo viam-se algumas chácaras e montes de eucaliptos.
De vez em quando, perto da estrada, aparecia uma casinha com um jardim muito limpo e enfeitado. Este lado meio cubano que surge no interior do Uruguai, com velhos Chevrolet descascados, alguns que ainda andam ou ficam lá jogados. Gostei de Montevidéu, pois ali vi que tem a simplicidade do verdadeiro bom gosto. Existiu na segunda vez um momento poético quando paramos numa mureta na beira do rio na hora do por-do-sol e ficamos observando ele se por. Existem tantos motivos para revisitar Montevidéu do jeito que ela merece: a Ciudad Vieja, a Rambla, carnes maravilhosas.
O aroma de parrilla no ar, cafés com bules vestidos de roupinhas de crochê e coisinhas gostosas para acompanhar. Nas ruas, grafites, lambe-lambes, construções antigas vazias, livrarias, muitas imagens. Nesta viagem senti a vida na plenitude e como um escritor espanhol, que entre outras, deixou esta frase curiosa. ” A liberdade consiste em viver intensamente cada momento”.