Misericordiosos

“Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.” (Mateus 5.7)

MisericordiososNosso mundo é um lugar cheio de dores e necessidades. Há muitos tipos de escassez nele e há muita gente com necessidades não atendidas. Desde o pão diário à autoestima, somos mais de sete bilhões de pessoas experimentando, de alguma forma, alguma carência. Mas há aqueles que sofrem muito e incomparavelmente mais que outros. Há muita miséria. A miséria material, que é a mais simples de se resolver, é também uma das mais chocantes. E tudo seria muito pior, não fossem os misericordiosos. Não fossem as pessoas que se compadecem, que sentem a dor do próximo, que não vivem apenas em torno do próprio umbigo. É por causa dos misericordiosos que o mundo não está pior do que está. Eles fazem grande diferença. Elas salvam o dia de muitos e, num só dia, salvam muitos.

Atribui-se a Gandhi a frase: “No mundo há o bastante para a necessidade de todos, mas não o bastante para a ganância de cada um.” A ganância é uma das inimigas da misericórdia. E há muitas outras: A prepotência, o orgulho, o ódio, o comodismo, a frieza e tantas outras. Todas são filhas da falta de amor. O amor é o pai da misericórdia. Deus é amor. Ele é o Pai das misericórdias. Ele é o Deus de toda consolação, afirmou Paulo (2 Co 1.3). E no texto ele continua, dizendo que Deus nos ajuda nas nossas lutas para que, tendo recebido o auxilio divino, possamos também auxiliar a outros. Jesus muitas vezes disse “vá e faça o mesmo” após contar uma parábola. A fé cristã sempre envolve essa dialética: Receber e dar. O egoísmo, a prepotência e todas as inimigas da misericórdia não combinam com a fé cristã, pois o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo sempre nos envia a oferecer aos outros o que recebemos dele. Vá e faça o mesmo!

Nosso país padece de muitas misérias e nele há muitos miseráveis. Por aqui, um por cento mais ricos tem renda cem vezes maior que os dez por cento dos mais pobres. Discute-se a questão tributária, que sem dúvidas precisa de ajustes. Alguns estudiosos de nossa economia afirmam que os milionários brasileiros chegam a pagar vinte e cinco por cento menos impostos que a classe média. Mas o pior cenário está nos gastos públicos, no modo como os recursos públicos são empregados. Nosso país precisa de mais misericordiosos. Gente que não evoque os impostos pagos para negar-se a contribuir com os miseráveis. Gente que sinta-se facilmente tocada pela falta sofrida por outros. Os misericordiosos são dádivas. Eles, disse Jesus, alcançarão misericórdia. Todos precisamos dela. Não há ninguém, por mais rico que seja, que possa prescindir da misericórdia. Sejamos misericordiosos. Há sempre alguma coisa a fazer em nome dela.

ucs

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