Ministério da Saúde divulga novos dados sobre a dengue no país

Ministério da Saúde divulga novos dados sobre a dengue no país
Imagem ilustrativa
Número de casos caiu 37% até 26 de fevereiro, com 155.613 notificações em todo o Brasil. A situação ainda é de atenção para as regiões Norte, Nordeste e Sul

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde divulgou novos números da dengue em 2011. Até o último dia 26 de fevereiro, foram notificados 155.613 casos em todo o país – número 37% menor do que no mesmo período do ano passado. No entanto, os cuidados preventivos devem ser mantidos e intensificados para evitar novos registros da doença. Do total de notificações, 2.365 são de casos graves e 241 de óbitos suspeitos.

A região Norte concentra 31,6% do total de casos suspeitos, com 49.101 notificações. Em seguida, estão as regiões Sudeste (27% e 42.092 casos), Nordeste (18,4% e 28.653 notificações), Centro-Oeste (12,3% e 19.066 casos) e Sul (10,7% e 16.701 casos). A maior parte dos casos (53%) foi notificada em cinco estados: Amazonas, Acre, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais (veja tabela 1).
Para avaliar a situação de cada região, o Ministério da Saúde considera ainda a incidência dos casos de dengue. Ela é alta quando há mais de 300 casos por 100 mil habitantes; média entre 100 e 300 e baixa entre 0 e 100 casos por 100 mil habitantes. De janeiro a fevereiro de 2011, dois estados apresentaram alta incidência da doença, 9 média incidência e 16 baixa.
“Embora a maior parte dos estados não tenham alta incidência da doença, é necessário que os cuidados preventivos sejam intensificados e mantidos, pois o período das chuvas ainda não acabou em muitos estados. Portanto, deve-se manter a situação de alerta”, destaca o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
Casos graves e óbitos – A Secretaria de Vigilância em Saúde recebeu 2.365 notificações de suspeitas de casos graves de dengue em todo o país. Até o momento, 471 foram confirmados; 60, descartados e 1.117 permanecem em investigação. A maior parte foi registrada no Sudeste, que somou 1.126 notificações (47,6% do total): a maioria no Rio de Janeiro (762).
Em seguida vem a região Norte, com 30% dos casos graves suspeitos do país: Amazonas e Pará notificaram, respectivamente, 438 e 195. No Nordeste foram registrados 15,8% do total dos casos graves: Pernambuco (116), Ceará (109) e Rio Grande do Norte (74) são os estados com mais notificações. O Centro-Oeste responde por 5% desses registros, sendo a maioria do Mato Grosso e Goiás (54 notificações cada). No Sul, só houve registros no Paraná (39).
Em relação aos óbitos, a Secretaria de Vigilância em Saúde recebeu 241 notificações de óbitos suspeitos. Até o momento, 51 estão confirmados; 79, descartados e 112 continuam em investigação. As mortes confirmadas ocorreram no Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás (confira tabela 2).
“Devemos sempre enfatizar que mesmo em situações de alta incidência de dengue é possível reduzir a ocorrência de muitos óbitos, a exemplo do que vimos no Acre neste começo de ano: apesar da alta incidência de casos, o estado só registrou uma morte por dengue”, alerta o secretário Jarbas Barbosa.
DENV- 1 – O levantamento da Secretaria de Vigilância em Saúde indica ainda que o sorotipo Denv-1 é o que mais tem infectado os brasileiros. Das 1.856 amostras de sangue de pacientes com sintomas da doença que foram submetidas ao processo de isolamento viral, 335 deram positivo para a dengue e houve a detecção do DENV-1 em 81,8% delas. O DENV-2 apareceu em 11% dos resultados positivos, o DENV-4 em 5,4% (apenas nos estados de Roraima, Amazonas e Pará) e o DENV-3 em 1,8%.
“O DENV-1 está em quase todas as unidades da Federação. Esse sorotipo não circulava no país desde o fim da década de 1980, o que indica que milhões de brasileiros não tiveram contato com o DENV-1 e, consequentemente, não têm imunidade contra ele, aumentando o risco de se infectarem”, explica o secretário Jarbas Barbosa.
Ações – O Ministério da Saúde tem apoiado as ações adotadas pelas secretarias Estaduais e Municipais de Saúde para controlar a doença. Preventivamente, além da compra de equipamentos, veículos, inseticidas e medicamentos, o Ministério da Saúde capacitou médicos e enfermeiros, revisou manuais de diagnóstico e tratamento de pacientes pediátricos, assessorou a elaboração dos planos de contingência de estados e municípios e intensificou as ações de mídia em todo o país de acordo com o ciclo de chuvas e com os criadouros do Aedes aegypti predominantes em cada região.
Com a intensificação do período de transmissão da dengue, o combate à doença passou a ser prioridade do governo federal, por decisão da presidenta Dilma Rousseff, que determinou a criação de grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da Saúde e formado por 13 órgãos federais. A notificação dos casos graves e mortes suspeitos passou a ser compulsória e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou cada um dos 16 estados com alto risco de enfrentar surto da doença neste começo de ano.
O ministro também se reuniu com representantes dos governos estaduais e municipais, lideranças empresariais, religiosas, sindicais e comunitárias para reforçar as ações de mobilização. Técnicos do Ministério da Saúde estiveram nos municípios considerados prioritários para o combate à dengue, a fim de reforçar as ações de vigilância e contribuir na preparação da rede de assistência para que os pacientes com sintomas da doença recebam um pronto atendimento.
Por Ana Paixão – Ascom/MS
(61) 3315-3988/3580/2351
Tabela 1. Comparativo de casos notificados e incidência de dengue entre as SE01 a 08 de 2010 e 2011, por Região e Unidade Federada

 

UF
Semanas 1 a 8
Incidência (100.000 hab)
2010
2011
% Variação
2010
2011
Norte
32.602
49.101
51
212,3
319,7
RO
14.689
1.601
-89
976,7
106,5
AC
11.647
17.626
51
1685,1
2550,2
AM
846
19.951
2258
24,9
587,9
RR
505
485
-4
119,8
115,1
PA
1.585
7.919
400
21,3
106,6
AP
520
1.029
98
83
164,2
TO
2.810
490
-83
217,5
37,9
Nordeste
13.478
28.653
113
25,1
53,5
MA
276
2.198
696
4,3
34,5
PI
783
1.594
104
24,9
50,7
CE
2.171
8.382
286
25,4
98,1
RN
223
2.622
1076
7,1
83,6
PB
332
1.942
485
8,8
51,5
PE
1.583
2.941
86
18
33,4
AL
2.085
1.265
-39
66,1
40,1
SE
26
730
2708
1,3
36,1
BA
5.999
6.979
16
41
47,7
Sudeste
94.560
42.092
-55
116,9
52
MG
41.932
14.241
-66
209,3
71,1
ES
2.008
9.501
373
57,6
272,5
RJ
3.317
14.960
351
20,7
93,4
SP*
47.303
3.390
-93
114,3
8,2
Sul
5.086
16.701
228
18,3
60,3
PR
4.306
16.203
276
40,3
151,6
SC**
83
167
101
1,4
2,7
RS
697
331
-53
6,4
3
Centro Oeste
102.659
19.066
-81
738,8
137,2
MS
27.949
4.321
-85
1184
183,1
MT
22.958
3.378
-85
764,8
112,5
GO
48.404
10.174
-79
816,8
171,7
DF
3.348
1.193
-64
128,4
45,8
Total
248.385
155.613
-37
129,7
81,3
*Incidência por 100.000 habitantes; **Casos importados;
Fonte: 2010 – Sinan Net; casos confirmados (atualizado em 15/01/11);
2011 – Sinan Online/Planilha semanal Secretarias Estaduais de Saúde (atualizada 03/03/11)
Tabela 2. Casos graves e óbitos de dengue entre as SE01 a 08 de 2011, por Região e Unidade Federada.

 

UF
Casos graves
Óbitos
Suspeitos
Em investigação
Confirmados
Descartados
Suspeitos
Em investigação
Confirmados
Descartados
RO
NI
NI
3
NI
SI
SI
0
SI
AC
26
0
21
5
6
1
1
4
AM
438
428
10
0
19
6
10
3
RR
NI
2
1
NI
1
NI
0
1
PA
195
185
3
7
21
11
3
7
AP
4
0
4
0
1
0
0
1
TO
46
42
4
0
4
3
0
1
MA
10
0
10
0
1
0
1
0
PI
3
2
1
0
1

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