
O novo informe epidemiológico divulgado, nesta quarta-feira (1º), pelo Ministério da Saúde confirma 1.489 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita em todo o país. O novo boletim é referente à semana epidemiológico nº 20, que corresponde até o dia 28 de maio. O Informe reúne informações encaminhadas semanalmente pelas secretarias estaduais de saúde.
No total, foram notificados 7.723 casos suspeitos desde o início das investigações, em outubro de 2015, sendo que 3.162 permanecem em investigação. Outros 3.072 foram descartados por apresentarem exames normais, ou por apresentarem microcefalia e ou malformações confirmadas por causa não infecciosas ou não se enquadrarem na definição de caso.
Os 1.489 casos confirmados em todo o Brasil ocorreram em 539 municípios, localizados em 25 unidades da federação. Desses casos, 223 tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus Zika. O Ministério da Saúde, no entanto, ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. A pasta considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
Em relação aos óbitos, no mesmo período, foram registrados 294 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto) no país. Destes, 63 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 192 continuam em investigação e 39 foram descartados.
O Ministério da Saúde ressalta que está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados, e a possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa, diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.
A pasta orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.
Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 28 de maio de 2016
Regiões e Unidades Federadas Casos de Microcefalia e/ou malformações, sugestivos de infecção congênita Total acumulado1 de casos notificados de 2015 a 2016
Em investigação Confirmados2,3 Descartados4
Brasil 3.162 1.489 3.072 7.723
Alagoas 63 72 165 300
Bahia 647 249 211 1.107
Ceará 186 110 194 490
Maranhão 80 126 55 261
Paraíba 311 129 442 882
Pernambuco 491 358 1.133 1.982
Piauí 11 85 71 167
Rio Grande do Norte 253 113 62 428
Sergipe 114 77 43 234
Região Nordeste 2.156 1.319 2.376 5.851
Espírito Santo 88 12 49 149
Minas Gerais 54 3 55 112
Rio de Janeiro 275 64 116 455
São Paulo 198a 8b 123 329
Região Sudeste 615 87 343 1.045
Acre 21 0 17 38
Amapá 2 8 1 11
Amazonas 11 4 5 20
Pará 29 1 0 30
Rondônia 4 4 7 15
Roraima 9 8 7 24
Tocantins 93 11 33 137
Região Norte 169 36 70 275
Distrito Federal 4 5 35 44
Goiás 63 14 59 136
Mato Grosso 118 16 93 227
Mato Grosso do Sul 2 2 14 18
Região Centro-Oeste 187 37 201 425
Paraná 6 4 27 37
Santa Catarina 1 1 5 7
Rio Grande do Sul 28 5 50 83
Região Sul 35 10 82 127
Fonte: Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito Federal (dados atualizados até 28/05/2016).
1. Número cumulativo de casos notificados que preenchiam a definição de caso operacional anterior (33 cm), além das definições adotadas no Protocolo de Vigilância (a partir de 09/12/2015) que definiu o Perímetro Cefálico de 32 cm para recém-nascidos com 37 ou mais semanas de gestação e demais definições do protocolo.
2. Apresentam alterações típicas: indicativas de infecção congênita, como calcificações intracranianas, dilatação dos ventrículos cerebrais ou alterações de fossa posterior entre outros sinais clínicos observados por qualquer método de imagem ou identificação do vírus Zika em testes laboratoriais.
3. Foram confirmados 223 casos por critério laboratorial específico para vírus Zika (técnica de PCR e sorologia).
4. Descartados por apresentar exames normais, por apresentar microcefalia e/ou malformações congênitas confirmada por causas não infecciosas ou por não se enquadrar nas definições de casos.
1. Conforme informado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 198 casos se encontram em investigação para infecção congênita. Desses, 39 são possivelmente associados com a infecção pelo vírus Zika, porém ainda não foram finalizadas as investigações.
2. 01 caso confirmado de microcefalia por Vírus Zika em recém-nascido com local provável de infecção em outra UF.
Da Agência Saúde