Minha vida é um espetáculo de equilibrismo, como a da maioria dos brasileiros, que poderia ter assustado Freud e Jung. Além de enfrentarmos o trânsito da cidade, ganhar dinheiro é cada vez mais complicado ao pagar tanto imposto e ainda fugimos dos assaltos, consequentemente não temos quase tempo algum para viver em paz.
Aqui em Salvador, tanta gente na rua sem rumo ou direção, e os que trabalham são jogados num estilo de vida que os franceses descrevem como “metrô, trabalho, dormir”.
Trabalhadores dos shopping, do comércio, os motoristas de táxi e de Uber, das fábricas em Camaçari, as secretárias do lar, enfermeiras e muitos outros.
Com poucos momentos de vida real. As perícias que faço na justiça do trabalho sou testemunha de muitos trabalhadores como vigilantes ou atendentes em quiosques que são proibidos de sentada durante o expediente, e passam muitas horas no transporte público, trabalham no regime de seis por um, ou seja folgam um dia por semana e não têm tempo para viver.