Por Daniel do Valle / O Sollo
Ministério da Saúde confirma relação entre a doença e o Zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti
O Número de casos notificados da doença sobe 68,87% em uma semana, de acordo com a terceira edição do informe epidemiológico sobre microcefalia, divulgado nesta segunda-feira (30). Foram 1.248 casos suspeitos, identificados em 311 municípios de 14 Estados, até o dia 28 de novembro.
No último informativo sobre o surto da doença, divulgado dia 21, haviam sido notificados 739 casos suspeitos de microcefalia, identificados em 160 municípios de nove Estados. O aumento de casos na Bahia é ainda maior, mais de 360%. Eram oito e agora já somam 37.
Pernambuco registra o maior número de casos (646), sendo o primeiro a identificar o aumento de microcefalia em sua região. Em seguida, estão os estados de Paraíba (248), Rio Grande do Norte (79), Sergipe (77), Alagoas (59), Bahia (37), Piauí (36), Ceará (25), Rio de Janeiro (13), Tocantins (12) Maranhão (12), Goiás (2), Mato Grosso do Sul (1) e Distrito Federal (1). Entre o total de casos, foram notificados sete óbitos.
Relação com o Zica Vírus
Como foi suspeito, o Ministério da Saúde confirmou sábado (28) a relação entre a microcefalia e o Zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com a doença e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika.
Segundo o Ministério da Saúde, essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como: a transmissão desse agente; a sua atuação no organismo humano; a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
A notícia reforça o chamado do Ministério da Saúde para uma mobilização nacional para conter o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela disseminação da dengue, zika e chikungunya. Uma ação nacional está sendo planejada, com envolvimento dos estados, municípios e toda a sociedade brasileira.
A campanha lançada nesta semana alerta que o mosquito da dengue mata e, portanto, não pode nascer.