O menino de 11 anos que participou do furto de um carro que culminou com a morte de outro garoto de 10 anos em São Paulo afirmou ter visto um dos policiais envolvidos na ação ter colocado uma arma na cena do crime. Na versão dos policiais, a criança morreu após ter iniciado uma troca de tiros – no revide, eles não saberiam quem estava dirigindo o veículo. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o menor fez o relato à Ouvidoria da Polícia e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe). De acordo com o advogado do órgão, a versão do menino só foi contada por ele e sua família estarem guarnecidos pelo Programa de Proteção às Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM). “Agora, o garoto estando sob proteção e em local seguro desde quinta, poderá prestar depoimentos sem medo de retaliações”, disse. Na oitiva, o garoto informou que viu o PM que atirou em seu colega tirar uma arma da cintura e coloca-la no carro onde eles estavam. É sua terceira versão sobre o caso. Na primeira, ele disse, em vídeo gravado a pedido dos policiais, que houve troca de tiros e que o outro menino abaixava o vidro, atirava e levantava de novo e que ainda atirou após o carro ter parado no fim da perseguição policial, sendo atingido de volta. Já ao DHPP, ele confirmou o tiroteio, mas disse que o policial se aproximou e atirou após o veículo ter parado e que, após ter saído do carro, foi dominado, levou tapa e foi ameaçado de morte pelos PMs. Neste terceiro depoimento, acompanhado por uma psicóloga, e realizado em uma brinquedoteca, o menor afirmou que a arma foi “plantada” e negou que ele ou o colega estivessem armados.
Fonte: O Globo
Foto: O GLOBO