“Se o pé disser: ‘Porque não sou mão, não pertenço ao corpo’, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. E se o ouvido disser: ‘Porque não sou olho, não pertenço ao corpo’, nem por isso deixa de fazer parte do corpo.” (1 Coríntios 12.15-16)
Quando cremos em Cristo somos reconciliados com Deus (Rm 5.1). E assim podemos viver em relacionamento constante com Ele. Não se trata de um relacionamento funcional, orientado pela satisfação de nossa necessidades ou de nossos desejos. Mas de um relacionamento de comunhão, orientado pelo amor e pela gratidão. Um relacionamento no qual devemos crescer, influenciados por Deus, tornando-nos mais maduros e saudáveis. Jesus nos liga a Deus e também às pessoas. Passamos a fazer parte de uma comunidade de fé, a igreja – ajuntamento de pessoas ou assembleia. O nosso relacionamento com Deus e com as pessoas são interdependentes. Um afeta o outro. Uma coisa é certa: Não podemos ter um bom relacionamento com Deus e um relacionamento ruim com as pessoas ao mesmo tempo.
O que mais dificulta relacionamentos é orgulho. O orgulho alimenta vaidades diversas e produz ressentimentos, divisões. Facilmente nos magoamos. Fazemos questão de tudo, não sabemos relevar. O orgulho nos mantém imaturos ou, talvez, a imaturidade alimente nosso orgulho. De qualquer jeito eles tem uma ligação. Há alguns dias assisti uma prova classificatória do revezamento 4 por 100 masculino nas Olimpíadas Rio. A equipe jamaicana correu, mas sem a sua maior estrela: Usain Bolt. Ele estava sendo poupado para a final. Logo, um dos quatro corredores que classificaram a equipe para a final cederia seu lugar a Bolt. Depois descobri que isso é bem comum e vários atletas já passaram por isso: Correr as provas classificatórias mas não correr a final e, consequentemente, não ter direito à medalha e nem à fama. Eles treinam como os demais, mas o fazem para servir ao grupo. Quantos de nós estaríamos dispostos a isso?
A atitude desses atletas ilustra bem como deve ser a nossa atitude como membros do Corpo de Cristo. No Reino de Deus somos chamados a servir. Seja onde for que estejamos, nossa ambição deve ser tornar o corpo mais saudável, mais eficaz no serviço a Cristo. Por isso devemos lutar contra o orgulho que tão naturalmente manifesta-se em nossa natureza humana. Devemos imitar a humildade que vemos em Cristo e naqueles que nos antecederam, como Paulo que assumiu: Sou o principal dos pecadores (1 Tm 1.15), o menor dos apóstolos e nem mereço ser chamado de apóstolo (1 Co 15.9). Devemos nos antecipar e pegar o balde e a toalha para lavar os pés dos nossos irmãos, como fez Jesus (Jo 13.5). No Reino de Deus o posto mais alto é o de servo. Por isso devemos nos dispor a correr apenas a prova classificatória e, se necessário, ceder o lugar a outro. Você é parte do Corpo de Cristo? Então sirva ao Corpo de Cristo.
ucs