Marginalizados de hoje e amanhã – (I)

(Continuação)

Ainda, na Bahia,em 2010, o IBGE aponta que 43,6% dos jovens de 16 anos concluiram o ensino fundamental e que 36,9% dos jovens de 19 anos haviam concluido o ensino médio. Aqui se questiona – pelos números alarmantes de reprovação – qual a situação de 56,4% dos jovens de 16 anos e de 72,1% dos jovens de 19 anos que não lograram a aprovação, respectivamente, no ensino fundamental e médio.Imagine-se, apenas, uma face da questão : quais os destinos daqueles 56,4% e 72,1% de jovens reprovados e, portanto, ausentes do processo continuado de ensino-aprendizagem?

Impedidos, em parte pela reprovação, à progressão no ensino formal, cabe-lhes, ainda, a possibilidade de retorno à sala de aulas ou, simplesmente, o seu abandono. A partir de então, restam-lhes,exclusivamente,à busca de atividade garantidora de renda para a simples sobrevivência, a dependencia familiar ou a ociosidade.

A realidade do mercado de trabalho informa que o egresso do ensino fundamental ou médio não apresenta as competencias necessárias à ocupação de vagas, vez que não está devidamente qualificado para o trabalho e para a vida e , aí, o aprendente paga pela ausencia de uma proposta finalista do ensino brasileiro cujos conteúdos programáticos são gerais e de saberes basicos o que não garante habilidades e formação profissionalizante.

Por outro lado, os analfabetos , na Bahia, representam 6,19% e 16,6% incidentes nas populações em idade escolar, que atingem 2.069.162 e 820.540 habitantes, correspondendo,numericamente, a um total de 128.081 e 136.209 da população com idades nas faixas etarias de 7 a 14 anos e de 15 a 17 anos. Ou seja,conforme dados do IBGE/2010 , nas idades entre 7 e 17 anos, havia 264.290.767 jovens baianos analfabetos fora da sala de aulas e assim ausentes desta forma importante de formação e convivência social .

São números indicativos, vistos pelo viés do processo educacional,do quanto a educação – instrumento transformador da sociedade – anda distante da terra mater brasileira e do que ainda existe a ser conquistado. Ainda, segundo o mesmo IBGE,na Bahia, que alardeia números progressivos de matriculas, foram atendidos 88,1% da população na faixa etaria de 4 a 6 anos; 97% na faixa de 7 a 14 anos; e de 83,7% na faixa de 15 a 17 anos.

Em face às reprovações elevadissimas do ensino fundamental e médio já comentadas, dos níveis de analfabetismo que superam as taxas nacionais ( quase em dobro nas idades de 7 a 17 anos) , das evasões escolares e das repetencias, o que estaria por trás destas relevantes questões socio-educacionais ?

Com certeza, o próximo artigo ( parte II) aprofundará tão importantes questões.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui