Mantenha-se livre

“Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; pelo contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor. Toda a lei se resume num só mandamento: Ame o seu próximo como a si mesmo.” (Gálatas 5.13-14)

A mensagem cristã anuncia libertação. Em Cristo somos livres da mais sutil e danosa escravidão: a espiritual. Ela se define pelo engano que desencaminha a vida e nos transforma em alguém que Deus não gostaria que fôssemos. A lutar e nos esforçar pela vida errada. Um engano que corrompe nossa visão da vida e nos incita a amar o que não deveríamos. Por isso o apóstolo João escreveu – “não amem o mundo”. Vimos que ele não estava falando das montanhas, dos animais, das pessoas, das belezas… mas de um estilo de vida marcado por desejos, anseios e ostentação que corrompem. Corrompem por contrariar a vontade de Deus.

Mas alguém pode questionar: “Qual é a vontade de Deus? A vontade da igreja? A orientação do pastor?” E seria um questionamento mais que legítimo. Afinal, sejamos honestos, tanto igrejas como pastores podem abusar da fé de pessoas e colocar sobre elas exigências que não são realmente expressão da vontade de Deus. O árbitro final dessa questão precisará ser nossa relação pessoal com Deus, que nos torna livres (e responsáveis). Como pessoa livre o cristão deve nutrir uma relação pessoal com Deus baseada no amor (amar mais a Deus que tudo) e com o próximo, também baseada no amor (e ao próximo como a si mesmo). É na medida em que nutrimos relacionamento verdadeiro e saudável, com Deus e com pessoas, guiada por amor, que “a carne” ou “mundo” poderá ser superado e a liberdade preservada.

Se em nossos relacionamentos, com conhecidos ou desconhecidos, formos guiados pelo propósito de agir como quem ama, as inclinações “da carne” que são contrárias à vontade de Deus serão desmascaradas e saberemos quais são. Ainda teremos que exercer nossa escolha, dizer aquele “não” desafiador a nós mesmos! Mas é assim que iremos viver na liberdade para a qual Cristo veio nos libertar. Uma liberdade integradora de nosso ser, fortalecedora de nossa identidade. Se há em sua vida compromissos e práticas que podem lhe escravizar espiritualmente, decida romper imediatamente. A vida jamais será de fato bela se vivida na contramão de Deus, mesmo que siga o vento suave dos nossos desejos, em harmonia com o que “todo mundo” anda fazendo.

 

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