O manejo de abelhas sem ferrão, popularmente conhecidas como abelhas indígenas ou meliponíneos, será um dos temas do 1º Seminário Brasileiro de Própolis e Pólen, VI Seminário de Própolis do Nordeste e V Encontro Nacional de Produtores de Pólen, que será aberto às 14 horas desta terça-feira (25), no auditório Hélio Reis de Oliveira, do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec) da Ceplac, no Km 22 da Rodovia BR-415, eixo Ilhéus-Itabuna. Pelo menos 200 espécies desses insetos sociais são nativas dos ecossistemas brasileiros de um total de 400 encontradas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo.
A pesquisadora da Ceplac Paulina Ramalho Sicupira destaca que no Brasil há alta diversidade nos aspectos biológicos, morfológicos e hábitos de nidificação dos meliponíneos ou meliponídeos. “As abelhas indígenas são em sua maioria, insetos do território brasileiro e responsáveis pela polinização de 40% a 90% das árvores nativas, o que lhe confere valor ambiental significativo para manutenção e conservação dos ecossistemas. Algumas delas são criadas para a produção de mel pelos índios desde tempos remotos”, afirma.
Os ninhos dessas abelhas são encontrados de acordo com a espécie em locais bastante diversos, havendo aquelas que constroem ninhos subterrâneos dentro de cavidades preexistentes, formigueiros abandonados, oco de árvores, entre raízes de árvores, cupinzeiros, alvenarias etc., como a abelha papaterra, munduri (Melipona Asilvai), Uruçu amarelo (Melipona mondury ou Melipona rufiventris), Uruçu verdadeira, do litoral (Melipona scutellaris), Arapuá (Trigona spinipes), jataí (Tetragonisca angustula angustula).
Sicupira alerta que “como as abelhas são polinizadoras em potencial de plantas, cultivadas ou não, é importante que se atente para o fato de que, mais importante que o mel produzido por elas, é a polinização que promovem e que permite a produção de sementes por diversas plantas, muitas das quais extremamente úteis para o homem e animais. Sem esse auxílio, muitas espécies de plantas deixam de produzir frutos e sementes, podendo inclusive ser extintas”.
A pesquisadora da Ceplac adverte ainda que “dada à grande importância das abelhas indígenas é preciso que se preservem estas espécies, pois, muitas delas estão sendo dizimadas, seja pelo desmatamento e queimadas, seja pelo uso indiscriminado de agrotóxicos.” Como muitas dessas espécies produzem mel saboroso e diferenciado por ter um valor terapêutico maior, é muito procurado, e os próprios meleiros, que retiram o mel destruindo a colméia, contribuem para a extinção dessas abelhas em algumas regiões.
A criação dessas abelhas dentro de um sistema de produção adequada pode contribuir para a preservação das espécies e dar ao meliponicultor oportunidade de agronegócios, agregando valor econômico, social e ambiental aos agricultores familiares e tradicionais ou mesmo empresários. Esta atividade vem sendo desenvolvida há bastante tempo em diversas regiões do país, especialmente no Norte e Nordeste
Fonte: Ascom da ACS/Ceplac/Sueba