Nunca gostei das músicas de Madona, nunca apreciei o seu estilo, mas após ler sua biografia admirei a sua trajetória.
Ela hoje não é uma pessoa, mas um conceito. Madona em um show no início dos anos 2000, tirou a jaqueta e continuou o show usando uma camiseta com o nome do filho recém-nascido, Rocco, estampado na frente, foi um gesto e tanto, afinal mães não poderiam ser estrelas de rock.
Se gays e lésbicas quisessem fazer música, tinham que seguir duas regras: não poderiam ser assumidos e as letras deviam ser tão complexas que nem pareceriam diferentes da produção heterossexual.
O rock celebrava o amor heterossexual. O Grammy chegou com “Ray of Light”, criado com o recurso compositor britânico William Orbit. Madona não ficou calada no início da crise da Aids, quando o governo dos Estados Unidos não ofereceu o tratamento necessário para a doença, que naquele momento matava homens aos milhares, a maioria deles gays.
No megashow no Rio de Janeiro prestou homenagem a mãe e ao falecimento dos amigos que morreram de Aids.
A arte de Madona é um reflexo do mundo interior e exterior de sua vida como artista.