Prefiro sentir a vida devagar, ler devagar e ler de novo. Posso ler um parágrafo que inspira um pensamento e, enquanto meus olhos continuam a se mover pela página, minha mente pode ainda estar perdida nele. Reler um parágrafo ou uma página pode ser revelador. Novos significados, uma compreensão mais profunda, inspirações surgem. Ler, para além de escutar, mas a maioria das vezes andamos pela vida como se fôssemos sonâmbulos.
A busca contínua da eficiência desestimula qualquer olhar profundo para as coisas. A pressão para cumprir tarefas não nos dá tempo de pensar em todas as possibilidades. A paciência é necessária para a evolução gradual da escrita, já escrevi quatro livros de conto. Retalhos na Pandemia, Tormento, Crônicas Azuis e Dia a Dia, sinto a melhora a cada livro. Mas tenho que ter paciência para criar uma obra que, reverbere e contenha tudo o que tenho a oferecer.