Lei, profetas, amor e graça!

“Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.”  (Mateus 5.17)

Creio que falar da graça é falar do Evangelho. Creio que não podemos falar do Evangelho sem falar, majoritariamente, sobre graça. E, claro, sobre misericórdia, aceitação, bondade, perdão… tudo isso de que tanto precisamos. Afinal, tudo isso brota da raiz do amor divino, razão de ser do Evangelho. A graça é filha do Evangelho, é filha do amor! Bem, mas aí vamos ler os Evangelhos e encontramos o verso 17 de Mateus 5. Jesus dizendo: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.” E alguns diante deste (e de outros versos) entendem que não devemos exagerar na graça. Apressadamente tomam a expressão bonhoefiana “graça barata” e a usam como argumento. Acreditam que, em fidelidade ao Evangelho, devem ponderar melhor o quando de graça e amor pode ser ofertado quando se anuncia o Evangelho. Afinal, também temos que dar conta da Lei e dos Profetas. De minha parte, diante das palavras de Jesus, fica ainda mais claro o quanto a imensurabilidade do amor e a inesgotabilidade da graça são centrais no Evangelho.

O ensino de Jesus divergia do ensino dos líderes religiosos e mestres na lei. A eles parecia que Jesus estava sempre transgredindo e apoiando a transgressão da Lei. Mas, ao contrário, e para surpresa deles, Jesus declarou sua profunda relação com a Lei e os Profetas. O que Ele estava dizendo? Estava apontando para o fato de que havia vindo para revelar o verdadeiro modo como a Lei e os Profetas deveriam ser compreendidos para que fossem cumpridos. Em outras palavras, Jesus estava dizendo: “Eu não vim contradizer a Lei e os Profetas! Eu vim mostrar e demonstrar a vocês o que verdadeiramente eles são; qual o seu verdadeiro sentido e o que pedem de vocês. E vim mostrar como é aquele que vive e cumpre a ambos!” O modo como aqueles líderes e especialistas religiosos liam e entendiam ser o caminho para atender a Lei e os Profetas, era uma negação, um desvio, um equívoco! Jesus mostrou isso e falou sobre isso em vários momentos. E o que Jesus ensinou revelou muito claramente o quanto precisamos do amor e da graça de Deus. São nossa única chance!

Muito para além da superfície, a Lei e os Profetas apontavam para o coração. Apontavam para o valor da vida. Instituindo um dia sagrado a ser devotado a Deus, abriam espaço para o descanso dos seres humanos e até dos animais. Mas o sábado tornou-se mais sagrado que o homem! E aí, quanto mais rigorosos em cumprir o que criam sobre a Lei, mais se desviavam da Lei. Ritos foram instituídos para comunicar valores, mas tornaram-se um fim em si mesmos. E aí, quem não lavasse as mãos seria condenado! Do jeito como eram lidos e pretensamente cumpridos, Lei e Profetas produziam líderes hipócritas e seguidores iludidos. A questão exigia mais que disciplina ou autocontrole. Exigia amor e graça para tornar possível o Reino a pecadores. Amor e graça que possibilitasse um novo coração! Jesus deixou claro que não há esperança para nós, senão no amor e na graça! Portanto, aprendamos a amar e ser amados. A receber e ofertar graça. Amor e graça são o caminho para nos vermos em paz e cumprindo a Lei e os Profetas!

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