O laudo das fotos que mostram o antes e o depois da arma aparecer na cena do crime, foi solicitado pelo próprio delegado coordenador Marcus Vinicius, com objetivo de saber a ordem cronológica das fotos, e se estas eram autenticas, e também conhecer a exatidão do horário em que às fotos foram tiradas, uma vez que a maquina do repórter estava com o horário desajustado, e acabou registrando um horário diferente do ocorrido.
Mas o laudo que foi elaborado pelo Laboratório de Foto Forense do Departamento de Polícia Técnica em Salvador em cima dos estudos feitos nos registros fotográficos, foi possível esclarecer todas as dúvidas em relação às fotos, inclusive demonstrando a ordem das fotografias e apontando as figuras que possivelmente possam ter mexido no cenário do crime antes e durante a realização dos trabalhos de criminalística legal.
Com o laudo das fotos em mãos, o 7º e último que restava no caso Arueira, o delegado que preside o inquérito policial do caso, Marcus Vinicius deverá concluir o procedimento nos próximos dias e encaminhá-lo à justiça, devidamente esclarecido. Um dia antes de receber o laudo, o delegado Marcus Vinicius recebeu na tarde desta última quarta-feira (09/03), os familiares de Gilberto Arueira que foram lhe pedir justamente, aceleração nos trabalhos de conclusão do inquérito do caso.
As fotos do repórter Jotta Mendes, divulgadas dias após o crime, causaram uma revira-volta no caso e levantam a suspeita que policiais militares fardados e à paisana teriam mexido na cena do crime antes da Polícia Técnica chegar ao local, revirando o cadáver e plantando uma arma ao lado do corpo para simular que a vítima estivesse trocado tiros com os agentes da CAEMA que de fato ceifaram a sua vida.
Com base nos resultados dos exames periciais da Polícia Técnica, Gilberto Arueira de Azevedo, 40 anos, foi atingido com 6 tiros pelas costas, quando estava deitado no piso, sendo que dois projéteis transfixaram e os outros quatro foram extraídos do cadáver, com conclusão que o empresário foi morto por execução sumária no chão, com três tiros de Pistola Ponto-40 no alto das costas, dois tiros no antebraço direito e um sexto tiro na região da axila direita. Um dos tiros disparados em Gilberto, o projétil teria resvalado em direção à mão do mecânico, Joab Medina de Lima, de 23 anos, que também se encontrava rendido pelos policiais, deitado ao chão, ao lado da vítima.
O empresário teria sido confundido com o assaltante e homicida Raimundo de Abreu Alves, o “Thor”, 29 anos, este que foi preso pela equipe do delegado coordenador Marcus Vinicius, no último dia 20 de outubro, por ocasião que o seu parceiro, Rosivaldo Prates, o “Russo” ou “Galego”, 24 anos, morreu ao trocar tiros com policiais civis, um dia após terem assaltado a Casa Lotérica do Mercado Caravelas em Teixeira de Freitas e cometido um homicídio na cidade.
Além de vários crimes de morte que a ele são imputados, “Thor”, cuja aparência física e características eram idênticas com as da vítima, confessou a autoria no assalto da loja Celular Mania, por ocasião que humilhou um cliente da loja, lhe agredindo com tapas no rosto e ainda lhe colocou ajoelhado preso num banheiro, cujo cliente, era um policial de elite de guerrilha da CAEMA – Companhia de Ações Especiais da Mata Atlântica.
No dia do assalto cometido por “Thor”, quem pagou pelas suas sucessões de crimes, foi o empresário de Medeiros Neto, Gilberto Arueira de Azevedo, que estava numa outra loja de celular tentando consertar um aparelho e acabou morto com seis tiros pelas costas por três policiais à paisana e integrantes da CAEMA, Aurélio Sampaio Costa, Santo Andrade Moreira e Wanderson Ferreira da Silva, este último trata-se da vítima do assalto, ocorrido na tarde de sexta-feira do último dia 24 de setembro, no interior da Loja Celular Mania na Praça dos Leões em Teixeira de Freitas, que além de agredido e humilhado, foi trancado no banheiro pelo assaltante.
Por ocasião da morte de Gilberto Arueira no interior loja Celular & Cia, uma arma foi encontrada ao seu lado, que simulando como se fosse dele e que tivesse reagido à ação dos agentes. O revólver preto, cabo branco, calibre 32, marca Taurus, com seis cartuchos no tambor, cinco intactos e um deflagrado, foi também examinado pela Polícia Técnica e os exames constataram que a arma não possuía resquícios de pólvora de disparo recente. E os exames de pólvora combusta nas mãos da vítima, também deram negativos, provando que Gilberto Arueira não teria feito uso de arma de fogo no mínimo nas últimas 72 horas, antes da sua morte.
Fonte: Athylla Borborema/Teixeira News